Dirigentes do Instituto Lagos Rio que administra a Policlínica de Posse-GO são alvos de operação do Ministério Público no Rio de Janeiro
Na manhã
desta quinta-feira (25), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ)
deflagrou operação contra dirigentes da Organização Social (OS) dos Lagos Rio
por suspeita de desvios de mais de R$ 9 milhões na gestão de hospitais daquele
Estado.
A OS também
é responsável pela gestão de unidades de Saúde em Goiás, como a
recém-inaugurada Policlínica de Posse, no nordeste goiano e o Hospital de
Campanha de Águas Lindas (Hcamp). Além disso, o instituto foi selecionado para
gerir as policlínicas de Quirinópolis e Goianésia e o Hcamp de São Luiz de
Montes Belos.
A Operação
Pagão, deflagrada no Rio, já prendeu quatro pessoas e busca por outras três.
Também foram expedidos, pela Justiça estadual, 14 mandados de busca e apreensão
contra 12 denunciados por organização criminosa, peculato e lavagem de
dinheiro, cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro, Petrópolis e Itaboraí, além
de São Paulo capital e Barueri.
Com a
atuação da OS em Goiás, à reportagem, o secretário de Estado da Saúde, Ismael
Alexandrino, disse que “se houver qualquer irregularidade que envolva pessoas
em Goiás, além da possibilidade de [a Lagos Rio] perder o contrato, ela ainda
pode ser desqualificada como OS da Saúde no Estado”. “Mas, por enquanto, sem
pré-julgamentos, eu pedi esclarecimentos para a OS e estou informando a SSP do
fato noticiado”, acrescentou.
De acordo
com o MPRJ, R$ 9,1 milhões teriam sido desviados da Saúde no Rio de Janeiro em
contratos firmados com fornecedores. A promotoria alega que a OS não tinha
aptidão para assinar contratos de gestão com o Estado, mas forjava capacitação
técnica com atestados técnicos falsos. Ao todo, entre 2012 e 2019, o instituto
recebeu R$ 649 milhões do governo estadual do Rio.
Esquema
Segundo a
investigação, o desvio era feito por meio de pagamento de valores
superfaturados em favor de sociedades empresariais. Os responsáveis pelos
desvios alegavam que estavam adquirindo produtos ou terceirizando serviços
necessários ao atendimento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e
hospitais geridos pela Lagos Rio.
O dinheiro
era direcionado a dirigentes da organização criminosa ou para terceiros
indicados por eles. A investigação aponta, ainda, que eles direcionavam as contratações
para empresas específicas ou previamente ajustadas para o esquema.
Ainda de
acordo com o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção
(GAECC/MPRJ), o repasse era feito com dinheiro em espécie, que era sacado “na
boca do caixa”. O objetivo, segundo a investigação, era ocultar a verdadeira
destinação dos recursos. O MP também suspeita da utilização de empresas de
“fachada”.
No Rio, a OS
gere 15 unidades de Saúde. O principal alvo é Juracy Batista de Souza Filho,
que está afastado do quadro social da Lagos Rio desde 2012. A promotoria,
porém, o acusa de ter papel central no esquema de desvio de recursos públicos,
dirigindo e coordenando a atividade dos demais mesmo afastado do cargo.
Também foram
denunciados seus filhos Fabio Figueiredo Andrade de Souza e Fernanda Andrade de
Souza Risden, seu cunhado José Marcus Antunes de Andrade, que é o atual
diretor-presidente da OS, bem como os ex- dirigentes Sildiney Gomes Costa, José
Carlos Jorge Lima Buechem, Hugo Mosca Filho. Além disso, outros cinco
empresários são apontados como integrantes do esquema.
A reportagem
tentou contato com o Instituto Lagos Rio, mas ainda não recebeu retorno. O
espaço está aberto para manifestação.
Fonte: O
Popular
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