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Após anúncio, comunidade de Alto Paraíso-GO espera implementação de parque nas Cataratas dos Couros




Uma demanda antiga da população de Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, o Parque Estadual da Catarata do Rio dos Couros foi anunciado neste fim de semana pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). A comunidade local comemorou a medida e espera agora que a unidade de conservação, a ser criada por decreto e terá gestão compartilhada com a prefeitura do município, seja implantada.

A área pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “São mais de 5 mil hectares de área de cerrado preservada, totalmente pública, prioritária para conservação e que hoje está vinculada ao Incra”, detalhou a secretária de Estado da Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis.

Na sexta-feira (26), a secretária Andréa Vulcanis e o prefeito de Alto Paraíso de Goiás, Martinho Mendes da Silva, enviaram um comunicado conjunto ao superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Igor Soares Lélis, solicitando que seja dado prosseguimento aos atos necessários que estão sob instância do órgão visando a criação da área protegida.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Alto Paraíso de Goiás, Martinho Mendes da Silva, disse que a área era motivo de grande preocupação. Ele cita que houve diversas conversas junto ao Incra sobre a possibilidade de ser criado um parque no local e também destacou a gestão compartilhada. “A parceria com o Estado visa um bem maior que é a proteção daquele espaço tão singular para o nosso município.”

No Instagram, o governador Ronaldo Caiado anunciou ontem: “Goiás é abençoado por ter este tesouro da humanidade que é o Cerrado. É preciso defender nossa casa. Por isso, decidi criar o Parque Estadual das Cataratas do Rio dos Couros.”

Grupo de trabalho

Nos próximos dias, de acordo com a Semad, será criado grupo de trabalho para aperfeiçoar os estudos e documentos necessários para a criação da unidade de conservação. O grupo também deverá estabelecer os termos do acordo interinstitucional que tem como objetivo regular as ações entre as partes.

Com a pandemia do novo coronavírus, o processo de implantação do parque terá um desafio extra. “Estamos estudando formas alternativas e legais de realizarmos as audiências públicas, usando como exemplo iniciativas recentes bem-sucedidas, inclusive com maior participação social por meio de webinares”, relata Vulcanis.

Histórico

Integrante da Rede Mais Cerrado e proprietário de um camping na região, Bruno Mello lembra que a área estava pleiteada no processo de ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), mas acabou ficando de fora. “Com a gestão estadual as possibilidades de recursos estão mais garantidas, e com a gestão compartilhada com o município fica uma novidade que, sendo bem gerida, poderá nos dar um parque protegido e com participação da sociedade civil.”

Ex-chefe do PNCV e responsável pelo processo de ampliação, o biólogo Fernando Tatagiba explica que os estudos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) da época indicavam o complexo das Cataratas do Rio dos Couros como propícia para entrar na área de proteção. “Não houve entendimento e, para a ampliação avançar, a área foi retirada.” Para o especialista, trata-se uma iniciativa muito acertada, porque o local é de extrema relevância sócioambiental. “Ali há um assentamento, mas a área da cataratas é a reserva ambiental do assentamento. Vai gerar oportunidades aos moradores associadas à conservação.”

Tatagiba, no entanto, destaca a importância dos próximos passos. “Criar o parque por decreto é um ato importantíssimo. Mas é fundamental que não pare por aí. É um primeiro passo. Logo em seguida é preciso de um plano de manejo, e que se se implemente esse parque de preferências de forma participativa, com um conselho consultivo e equipe técnica.”

O Nordeste goiano, durante décadas, foi conhecido como cinturão da miséria de Goiás, apesar de ser uma joia ambiental. Historicamente a região carece da presença permanente do governo. Apesar de ter uma Área de Proteção Ambiental estadual (a APA do Pouso Alto) e uma unidade de proteção ambiental, a Estação Ecológica de Nova Roma, a Chapada não possui escritório do órgão estadual.

Mais recentemente, graças ao turismo de natureza e à proximidade com Brasília, a situação da Chapada dos Veadeiros tem mudado. Para o secretário de Turismo de Alto Paraíso, Moisés Neto, a implantação do parque anunciado é importante. "Muda totalmente pois passamos a ter com receita para o município", diz.

Ações detectam 1.725 hectares de desmatamento irregular na região

O anúncio do parque ocorre após ações que flagraram uma série de desmatamentos na região, considerada a última fronteira agrícola do Estado. “Se por um lado a Semad fiscaliza, por outro protege a natureza e, como terceiro elemento que está chegando logo em seguida, já prepara as licenças simplificadas, com procedimento mais ágil e eficaz”, destaca.

Nas duas últimas semanas, três ações de fiscalização envolvendo a Semad e a Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema) detectou 1.725 hectares de desmatamento e aplicou 13 autos de infração que totalizam R$ 3,236 milhões. As providências administrativas continuam para e devem completar 2.500 h, totalidade dos 24 alvos de investigação.

Até este domingo (28), os desmatamentos ilegais destinados à agricultura e mineração estavam concentrados em Cavalcante. O prefeito do município está entre os autuados

Fonte: O Popular

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