Prefeito de Cavalcante-GO é multado em R$ 169 mil e tem máquinas apreendidas por desmatar área nativa do Cerrado
O prefeito
de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire (PSDB), foi multado em RS 169 mil e teve
duas máquinas apreendidas por desmatar o Cerrado nativo na região. Ele alegou
que tem autorização municipal para fazer limpeza de pasto. Entretanto, a
Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) diz
que o documento não tem validade para justificar a situação encontrada.
O flagrante
foi feito durante uma segunda fiscalização da secretaria no município. Foram
encontrados 24 pontos de desmatamento e mineração. Há menos de um mês, a Semad
fez uma operação e identificou mais de 500 hectares de mata devastada em área
kalunga.
“O que nos
foi apresentado lá no momento da operação foi uma autorização de limpeza de
pastagem, o que não era o caso, porque lá não era pasto, era Cerrado virgem,
assinado pelo município. O município não tem competência para fazer isso e,
obviamente, foi o uso indevido da máquina pública municipal para supostamente
legitimar uma ação que é completamente ilegal”, disse a secretária da Meio
Ambiente, Andréa Vulcanis.
O prefeito
disse, inicialmente, que pretendia plantar milho na região que estava sendo
desmatada. Ao ser questionado sobre o uso da máquina pública para legitimar a
ação e se vai apresentar alguma documentação para tentar recorrer da multa, ele
disse que apenas um advogado vai comentar o caso. No entanto, não informou o
nome do defensor.
Outras
irregularidades
Além da área
desmatada pelo prefeito, os fiscais encontraram uma enorme cratera onde uma
mineradora extrai manganês. A empresa não tinha licença ambiental para
funcionar. As onze máquinas foram apreendidas.
Em um outro
ponto, foi encontrado um garimpo ilegal. Quatro dragas instaladas no Rio São
Feliz faziam extração irregular. “A extração de ouro é considerada crime pela
legislação. Fizemos identificação de todos os envolvidos, lavramos auto de
infração e apreendemos maquinário sendo utilizado na extração do ouro”, disse o
superintendente estadual de Proteção Ambiental, Robson Disarz.
Os fiscais
também acharam uma clareira no meio de uma Área de Preservação Ambiental. No
local seria criado gado.
Área
kalunga
No último
dia 4, a Semad já havia localizado um pedaço de terra nativa pertencente ao
território kalunga sendo desmatado. Na ocasião, mais de 500 hectares foram
destruídos.
À época, a
Semad havia informado que multou os responsáveis em R$ 300 mil. Porém, o órgão
atualizou os valores nesta quarta-feira (24). No total, as multas somam mais de
R$ 5 milhões.
Na primeira
operação, além de embargar a área, os fiscais também apreenderam 300 toneladas
de calcário, minério usado para preparar o solo para o plantio.
Fonte: G1
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