Dois
deputados federais goianos foram denunciados por suspeita de gastos irregulares
com combustíveis pela Organização Não Governamental (ONG) Observatório Político
Socioambiental (OPS). A informação foi veiculada no Fantástico, na noite do
último domingo (18).
Segundo a
investigação da Operação Tanque Furado, foram encontradas notas fiscais para a
prestação de contas em nome do deputado federal Francisco Júnior (PSD), no
valor de mais de R$ 2 mil, sendo que a cada vez, o parlamentar teria abastecido
615 litros de combustível. Já o deputado Professor Alcides (PP), teria recebido
reembolsos no valor de R$ 6 mil para cada abastecimento.
A reportagem
revelou que de janeiro de 2019 a dezembro de 2020, os deputados gastaram juntos
R$ 367.916.285, 02, sendo mais de R$ 27 milhões em combustíveis. O campeão em
abastecimentos únicos, segundo a matéria, seria deputado Daniel Silveira (PSL).
Ele teria declarado à Câmara a compra de mais de mil litros de gasolina num
único abastecimento. Conforme informou o Fantástico, o tanque teria que ser
maior do que uma caixa d'água para comportar esse volume.
Em nota, a
assessoria do deputado federal Francisco Júnior rebateu as acusações, alegando
que foram realizados 14 abastecimentos e não de apenas um de 615 litros como
mostrado na reportagem. “A verdade é que o posto de combustível cometeu um erro
e reuniu todos os abastecimentos que fizemos no período de 15 dias em uma única
nota fiscal. Neste caso específico foram 14 abastecimentos, e temos como
comprovar cada um deles, com as requisições de cada abastecimento que foi
feito”.
O
proprietário do posto de combustíveis também divulgou uma nota de
esclarecimento sobre a reportagem do Fantástico em que explica que houve falha
na emissão dos cupons fiscais. “A dúvida apresentada baseia-se no motivo da
colaboradora emitente naquela data ter emitido dois cupons fiscais no valor
total dos abastecimentos e não 14 cupons. Portanto, quanto aos valores
abastecidos, os documentos legais que comprovam todas as transações atestam a
idoneidade e a integridade do deputado", diz um trecho do documento.
Já o
deputado Professor Alcides negou que tenha feito uso indevido das vendas
públicas. Segundo ele, “seus gastos são transparentes e os R$ 6 mil relatados
em 17 vezes mensais não somam nem de perto o que é gasto por mês com
combustível pelo deputado atendendo às suas bases”. Em nota, o deputado disse
ainda que seu próprio salário é doado para obras sociais.
“Em momento
de crise sanitária, de pandemia do novo coronavírus e de crise financeira, o
deputado intensificou seu trabalho social e distribui cestas básicas, arroz,
feijão e óleo comprados com dinheiro próprio, em várias cidades e acampamentos
de Goiás. Num momento em que o Brasil vive em estado de calamidade pública, não
dá para discutir se o combustível foi gasto para distribuição de cestas básicas
para quem estava passando fome. “O dinheiro é público e deve ser utilizado para
servir as pessoas”, finalizou o comunicado.
Fonte: O Popular
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