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Vacinação em comunidades quilombolas de Niquelândia-GO não é iniciada por suspeita de irregularidades


A vacinação contra a Covid-19 nas comunidades quilombolas de Niquelândia, no norte do estado, ainda não começou, mesmo após cerca de 30 dias após a chegada das doses na cidade, devido à suspeita de irregularidades nos cadastros das associações quilombolas do município.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que algumas pessoas listadas não teriam ligações com descendentes de escravos. O caso é acompanhado pelos ministérios públicos Estadual e Federal.

Quilombolas fazem parte do grupo prioritários no Plano Nacional de Imunização. Segundo a secretária municipal de Saúde, Maria Aparecida Gomes Machado, chegaram 3.096 doses para imunizar essa população. O total foi estipulado com base em dados das quatro comunidades quilombolas.

“Uma delas enviou uma lista com 3 mil associados. Verificando os nomes nas listas, encontramos pessoas que não têm qualquer ligação com quilombolas. Alguns se cadastraram só por morarem nas comunidades”, disse a secretária de Saúde.

Diante das dúvidas, ela decidiu pedir orientação ao MP-GO e MPF. “Não posso começar a vacinação e depois ser multada ou processada por uma irregularidade não fui eu quem cometi”, completou.

Segundo as comunidades quilombolas, o registro dos associados é feito com base na autodeclaração das pessoas que moram nas comunidades.

“Na minha comunidade, a do Muquém, temos cerca de 400 pessoas e temos todas as declarações, que já foram encaminhadas ao MPF. Por conta da suspeita de irregularidade em uma comunidade, a nossa está sendo prejudicada, pois não começou até agora, sendo que a nossa está toda certa”, disse a presidente da associação, Cleia Abadia Ferreira França.

O presidente da Associação Rufino Francisco, João Souza de Oliveira, disse que tem 3 mil pessoas listadas, pois ela abrange área rural e urbana. “Em gestões passadas, podem ter sido inscritas pessoas que não são quilombolas, mas não consegui ainda fazer a avaliação de todo mundo. E tem muitos casos de preto que casa com branco e o filho nasce branco. Mas se ele tem raiz quilombola, no meu modo de ver, ele faz parte também”, disse.

A reportagem tentou contato por telefone às 10h com as outras duas associações quilombolas da cidade, mas não conseguiu retorno até a última atualização dessa reportagem.

Investigação

O Ministério Público Federal informou que aguarda a lista de associados das comunidades quilombolas e que, a princípio, em uma reunião com os representantes das associações, constam 3,9 mil pessoas ligadas a essas comunidades.

O Ministério Público de Goiás informou que apura eventuais pessoas que se passaram por membros da comunidade quilombola para tomar a vacina antecipadamente. “Essa apuração se dá por meio de informações da Secretaria Municipal de Saúde e daquelas obtidas perante as associações de comunidades quilombolas de Niquelândia”, afirmou a nota do MP.

Enquanto a situação não é resolvida, as doses estão guardadas dentro das condições de temperatura adequada. Elas não serão usadas em outros grupos prioritários e a data de validade permite a espera até que seja definida como será feita a vacinação.

Fonte: G1

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