Associação
criminosa ainda seria responsável por extorquir diversos profissionais, após a
divulgação de informações falsas. Ao menos 15 vítimas já foram identificadas
A Polícia
Civil de Goiás investiga uma associação criminosa, responsável por administrar
45 perfis de redes sociais, usados para disseminar fake news e em crimes de
extorsão. Na manhã desta sexta-feira (23/04), a Delegacia Estadual de Repressão
a Crimes Cibernéticos (DERCC) cumpriu três mandados de busca e apreensão em
Goiânia, em locais usados pelos suspeitos. Durante as diligências foram
apreendidos computadores, maquinetas de cartão de crédito e celulares, que
serão agora analisados. A Justiça ainda determinou a exclusão de todas as
contas criminosas, que juntas, ultrapassavam 200 mil seguidores.
A
investigação teve início há dois meses, ainda em fevereiro deste ano, após o
recebimento de diversas denúncias. De acordo com a delegada Sabrina Leles,
titular da especializada e responsável pelo trabalho de apuração, os perfis
eram usados para atacar a honra e imagem de profissionais de diferentes áreas
de atuação, como digitais influencers, médicos, organizadores de eventos,
artistas, dentre outros. Ao menos 15 vítimas já foram identificadas pela
Polícia Civil.
“São pessoas
admiradas, que tem o respeito pelo trabalho desenvolvido e que de uma hora pra
outra se veem expostas criminalmente, através desses perfis que são criados,
justamente para propagar essas mensagens ardilosas, sem a menor
responsabilidade quanto à verificação da verdade ou da procedência dessas
informações. É aquela intenção mesmo de queimar a imagem, a honra dessas
pessoas em seu meio social”, pontuou.
Em um dos
casos apurados, uma mulher que estava em processo de separação com o marido,
que é médico, teria procurado o grupo criminoso com o intuito de disseminar
fake news a respeito do profissional. Segundo a delegada, na maioria das vezes,
os crimes eram praticados de forma direcionada. “A gente verifica pelas
mensagens que são pessoas certas, que queriam prejudicar por motivos
específicos ou pessoas que queriam simplesmente denegrir, macular a imagem
daqueles profissionais”.
Os policiais
descobriram ainda que os crimes eram praticados com o objetivo de extorquir as
vítimas. Para isso, os suspeitos entravam em contato e exigiam valores em
dinheiro. “É uma verdadeira associação criminosa, voltada para lucrar e lucrar
alto. Eles extorquiam essas vítimas ou tentavam, propondo que, se eles
pagassem, as publicações seriam excluídas ou publicação que ainda não havia
sido realizada, não seria publicada. Então a vítima se via apavorada com aquela
exposição sem nenhum tipo de controle”, informou a delegada.
Até o
momento, cinco indivíduos envolvidos nas atividades criminosas já foram
identificados. Entre eles um homem, de 30 anos, e uma mulher, de 43. Eles são
apontados como sendo os beneficiados pelas extorsões e administradores dos
perfis nas redes sociais. “Eles simplesmente não foram presos ainda porque é
uma investigação que está em curso. No entanto, caso eles continuem agindo da
mesma forma, a Polícia Civil irá representar pela prisão preventiva deles”,
concluiu a delegada. Os suspeitos irão responder
pelos crimes de calúnia, difamação, associação criminosa e extorsão.
Secretaria de Segurança Pública – Governo de Goiás
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