sábado, 4 de abril de 2015

Cavalcante/GO: Município está entrando para rota de turismo sexual no estado.



Isolado no Nordeste goiano, o município de Cavalcante está entrando para a rota de turismo sexual no Estado, de acordo com o ativista do Movimento Negro e de Direitos Humanos Joel Carvalho.

Outro fator que pode ter relação com o grande número de casos de abuso sexual no município é a proximidade das comunidades calungas, que se fecharam por muito tempo e tem um dos piores do IDH do País, com a parte urbana das cidades, na avaliação do antropólogo Carlos Alexandre Barboza Plínio dos Santos, professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).

Carvalho já trabalhou no Centro de Atendimento ao Turista de Cavalcante, observando o fluxo de turistas rumo às cachoeiras da região. “Esta situação ocorre com visita de turistas. Há casos de famílias que deram crianças em troca de ‘taião’ de mandioca”, conta ele.

Com pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado sobre quilombolas, Santos afirma que nunca ouviu nenhum relato de calunga que tenha sofrido abuso sexual. Ele acredita que o problema só será resolvido com “um Estado mais atuante.” “É preciso visitar as famílias, conversar com os líderes das comunidades e com os professores para alertarem seus alunos”, sugere. “O problema pode estar acontecendo também em outras comunidades.”

A advogada Wilisa Quiarato defende sete acusados de praticar abuso sexual na cidade. “Isso é uma miséria cultural. O instinto predatório está vinculado aqui. De quatro processos, as vítimas alegam que estavam tomando banho ou lavando roupa no rio e, na volta, foram atacadas”, diz. “O Legislativo não quer mexer na ferida porque vai sobrar para eles.”

O ativista do Movimento Negro completa: “A relação aqui é mais podre e mais violenta. Ela é submissa porque tem uma questão servil nesse contexto. É pior porque é construída. É perversa, montada sobre a base do poderio econômico para poder anular a identidade, a história e a memória desse povo.”

Fonte: O Popular

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