Por
Jefferson Victor,
O principal
tema das eleições presidenciais do ano de 2014, foi justamente a investigação
que se desenvolve em torno da corrupção, a qual sempre foi a marca registrada
deste país chamado Brasil.
Os
escândalos se sucedem, dia pós dia são divulgados pela imprensa parte dos
corruptos e dos corruptores, daí vem a pergunta: por que que não mostrar os
dois lados da moeda?
Difícil é
convencer a população de que existe apenas um lado bom nesta história, que
aqueles que batem no peito e se dizem honestos, sejam realmente dignos de
credibilidade, que sejam puros e acima de qualquer suspeita.
Enganar
aqueles que se dão ao luxo de não aprofundarem seus conhecimentos nas questões
políticas é fácil. Difícil é tentar enganar os que buscam os fatos de forma
mais aprofundadas e consistentes que tragam segurança e fundamentação ás suas
argumentações.
É salutar
conversar política na sua plenitude, reconhecer culpa e culpados, e saber
aceitar que nem todo teatro que muitos fazem tentando mostrar honestidade, seja
fato verídico e que possa ser repassado como episódio transitado e julgado.
Como cidadão
cada um deve responder por si, tentar defender a integridade moral de quem se
especializou em enganar as pessoas é tarefa no mínimo desconfortável e
arriscada, a história tem mostrado que muito mocinho virou vilão.
Quem em sã
consciência poderia imaginar um dia que um emérito senador , tão enfático e
incisivo em seus discursos, poderia ter por traz da sua santidade, uma história
tão sinistra e surpreendente.
Quando
alguém era suspeito de cometer algum ato ilícito, o seu discurso era
contundente, já externava sua sentença de condenação, e incitava o pedido de
renúncia, sob a alegação que aquela casa era uma modelo de moralidade, e que a
quebra de decoro parlamentar seria punida com a cassação do mandato, e deu no
que deu, você certamente conhece o
personagem desta história.
Sigilo de
justiça, camuflagem, blindagem, favorecimento, parcialidade, vazamento seletivo
de informações, difícil decifrar a denominação que se dá aos fatos que ora a
mídia noticia, ora omite, difícil obter a realidade dos acontecimentos com
lisura.
O escândalo
da sonegação junto à Receita Federal que trouxe bilhões de prejuízo ao erário,
você tem ouvido falar dela? você conhece quem são os réus e os beneficiados
nesta operação?
certamente
não sabe, ela atinge tubarões, e este animal corre o risco de extinção,
portanto, ignoram, como forma de preservação da espécie.
O mega
escândalo do HSBC envolvendo contas secretas na Suiça abrange celebridades da
política, do meio artístico e outros seguimentos, tem uma CPI em andamento, mas
pouco se ouve falar dela.
O fato é tão
grave que este banco, mesmo sólido como é, sendo um dos maiores do mundo, optou
por descontinuar suas atividades no Brasil, uma forma de silenciar a
ocorrência, preservar a integridade moral dos figurões e também salvar a imagem
da instituição em outros países.
Até mesmo o
tão entrevistado senador Astolfo do Psol, que aparecia todos os dias na mídia
apontando culpados e pedindo CPIs, após colher assinaturas para a CPI do banco,
caiu no esquecimento midiático, ninguém mais o entrevista, têm medo que ele
externe o andamento dos trabalhos e isto não interessa a determinados grupos.
A
seletividade do pedido de inquérito por parte do Procurador Geral da República,
indica que não há seriedade na apuração
da corrupção, fica margem para dúvidas no pedido de arquivamento de alguns
inquéritos, foram solicitados sem mesmo conhecer o teor das acusações, certo
seria pedir arquivamento após a conclusão e sem detecção de indícios que
comprometessem os acusados.
A falta de
critério único na condução das investigações, e a omissão de alguns fatos em
detrimento outros, deixam muitas pessoas mal informadas, elas se apegam
simplesmente naquilo que lhes é conveniente, daí o que poderia ser uma conversa
política se torna discussão e na maioria das vezes esta falta de conhecimento
gera ignorância, e a ignorância é um mal sem precedentes, é perigosa, contagiosa,
deselegante e sempre incomoda.
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