Tiãozinho Costa na chegada ao MP-GO: ex-deputado foi preso preventivamente |
O esquema de
corrupção que deu origem à Operação Compadrio, do Ministério Público, é
comandado por quatro pessoas e envolveu, até agora, outras 23 em contratações
irregulares de servidores em órgãos do Estado e uso de empresas fantasmas para
contratação de obras públicas, segundo o promotor Rafael Simonetti, que
coordena a operação.
Nove foram
presas e 18 conduzidas coercitivamente ao MP para prestar depoimento ontem.
O nome da
operação é uma referencia à forma como os integrantes se tratavam, de
compadres, e que veio à tona nas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça.
Por meio desse dispositivo e da quebra de sigilo fiscal e telefônico de 38
pessoas, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e
do Centro de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MP conseguiu
comprovar as denúncias de duas pessoas que faziam parte do esquema de
contratação ilegal; uma foi contratada para receber um dívida do ex-deputado
Sebastião Costa e a segunda recebia para o ex-deputado parte dos salários das
pessoas que ele nomeava.
Os
promotores ainda não sabem o valor movimentado pelo grupo mas, segundo
Simonetti, os crimes vêm ocorrendo desde o mandato de deputado de Sebastião
Costa (2007 a 2010). O maior volume de recursos é dos contratos firmados com
Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), da qual um dos operadores do
esquema, José Marcos de Freitas Musse, é diretor.
De acordo
com o promotor, os contratos com empresas fantasmas registradas em nomes de
laranjas não eram inferiores a R$ 1 milhão.
Os
promotores deixaram para ouvir hoje quatro dos presos. Costa e Musse fazem
parte desse grupo. De acordo com o Simonetti, os depoimentos colhidos ontem de
laranjas e funcionários nomeados pelos operadores do esquema trouxeram novas
provas que fizeram os promotores adiarem os depoimentos dos dois suspeitos.
Investigados
Tanto o
advogado de Marcos Musse quanto o de Sebastião Costa negam que eles sejam donos
das empresas em nomes de laranjas. Afirmam que seus clientes foram aconselhados
a vender suas empresas após receberem o convite para integrarem o governo do
Estado.
No caso de
Sebastião Costa, o advogado Rogério Leal explica que os recursos que Tiãozinho,
como é conhecido, ainda recebe são referentes às cotas de uma empresa que ele
vendeu para entrar no governo. “Você fez a compra e venda, o pagamento pode se
dar a prazo. Transferido na Junta Comercial houve a transferência de
titularidade das cotas. Encerrou-se a participação do sócio retirante, que é o
caso dele.”
O advogado confirmou, no entanto, que outra
empresa tinha negócios que fornecia palmeiras para o governo do Estado. “É bom
deixar claro que toda a participação de Tiãozinho junto à licitação com governo
foi feita por edital. Ele concorreu de forma lícita, recebeu de forma lícita
também. Isso é normal. É natural.”
Já Ovídio
Martins de Araújo, advogado do Marcos Musse, disse não saber de relação da
empresa de seu cliente com o Estado. “Desconheço qualquer ligação da empresa
com o Estado. O que ele me disse é que vendeu a empresa assim que foi convidado
a assumir um cargo no governo. Vendeu justamente por temer situações como essa
que acabou acontecendo.”
Fonte: O
Popular
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