Como o
delegado Kleber Toledo, titular da Delegacia Estadual de Investigações
Criminais (Deic), chegou a antecipar à imprensa, Daniel Antônio de Sousa e
Elizete Bruno de Bastos conheciam bem o seu algoz. Ontem, o secretário de
Finanças de Matrinchã, Hélio Alves Soyer, de 66 anos, se apresentou à Polícia
Civil na companhia de um advogado e confirmou ter assassinado o prefeito e a
primeira-dama do município no dia 4, na residência do casal.
Até o
fechamento desta edição, a polícia não havia confirmado a notícia, mas
familiares do secretário informaram que ele foi convencido a se entregar. Ele
alegou interesse pessoal para cometer o crime.
Hélio Soyer
estava desaparecido de Matrinchã desde a semana passada. Na cidade muita gente
chegou a imaginar que ele também teria sido assassinado. Embora ocupando cargo
no primeiro escalão da administração local desde a gestão anterior, ele não
tinha residência no município, se alternando entre Matrinchã e Nova Veneza.
A reportagem apurou que na sexta-feira ele
comentou com um familiar a sua participação no crime e, apesar de dizer que não
tinha saúde para ficar preso, foi convencido a se apresentar.
O depoimento
teria durado horas sob sigilo absoluto. O titular da Deic, Kleber Toledo,
indicado por superiores da Polícia Civil a assumir o caso, deixou a delegacia
no início da tarde.
O delegado teria ouvido do secretário a mesma
versão que ele contou à família: que ele próprio executou o casal.
Na noite anterior ao crime, o prefeito, a
primeira-dama, Hélio Soyer e o secretário de Administração, Cleyb Bueno de
Moraes, se reuniram na casa desse último para discutir a Festa do Peão na
cidade. O casal voltou para a chácara onde morava, a 7 quilômetros do centro de
Matrinchã, por volta das 23 horas. Há indícios de que Hélio Soyer teria sido
convidado a dormir na propriedade.
“Estou em
pânico, desesperado com essa notícia”, comentou Cleyb Bueno ao POPULAR ao ser
informado da apresentação de Hélio Soyer. Segundo ele, não havia desavenças
entre o prefeito e o secretário, mas o jornal apurou que Daniel de Sousa não
confiava em Soyer, tanto que ele não tinha a senha da conta bancária da
prefeitura, embora ocupasse a Secretaria de Finanças.
À família, o secretário contou que o prefeito
o humilhava muito e que insistia em que assinasse papéis fraudulentos, por isso
teria decidido matá-lo. A notícia de que Hélio Soyer teria se entregado voltou
a abalar Matrinchã 7 dias após o duplo homicídio.
Fonte: O
Popular
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