O prefeito
de Niquelândia, Valdeto Ferreira (PSB), admite as dificuldades da cidade,
demonstradas pelos números negativos. A arrecadação mensal gira hoje em torno
de R$ 6 milhões – bem aquém dos R$ 14 a R$ 17 milhões de anos anteriores.
Valdeto
calcula que herdou uma dívida de R$ 236 milhões da gestão anterior, sendo R$
176 milhões só com o INSS.
Com números
desfavoráveis, promoveu uma reforma administrativa e reduziu a máquina
municipal de 16 para sete secretarias. E diz que pode limar gratificações dos atuais
1.586 funcionários públicos “de acordo com as possibilidades”.
“Precisamos
sair desse ostracismo financeiro. Vamos fazer recadastramento de IPTU e ITU,
além de buscar saber se os cálculos dos royalties que recebemos nos últimos
cinco anos estão corretos, inclusive, o hídrico, que só vem caindo”, declara.
Para a
Prefeitura, a melhor alternativa econômica é a agropecuária, a
ovinocaprinocultura, a piscicultura e a horticultura. “Temos o apoio da Faeg (Federação
da Agricultura e Pecuária de Goiás) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural), que estão ministrando cursos para a população para criarmos pequenos
produtores”, diz o secretário de Governo, Paulo Helder.
Outro ponto
levantado é que o município possui mão de obra qualificada ociosa. “O Estado
ficou de nos ajudar com a regularização fundiária e um parque industrial, mas
até agora nada saiu do papel”, diz o prefeito.
Segundo
Valdeto, como o município é antigo e sempre foi ligado ao minério, existem
muitas irregularidades fundiárias – situação que impede a captação de recursos
nas instituições financeiras.
Segundo o
governo do Estado de Goiás, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SED),
por meio da Superintendência de Desenvolvimento Agrário, buscou agilizar o
Programa de Regularização Fundiária das terras devolutas como forma de amenizar
a crise e, ao mesmo tempo, proporcionar o desenvolvimento agropecuário na
região.
Em nota,
disse que a medida encontra-se em situação bem adiantada já que, das etapas
previstas, restam apenas a fase de medição georreferenciada e posterior
titulação, que consiste na entrega das escrituras-título definitivas aos seus
ocupantes, com previsão para ser concluída até o final deste ano.
A secretaria
informa ainda que já encontra-se em fase de conclusão o procedimento de
contratação da empresa que fará o serviço de georreferenciamento.
Também
encontra-se em fase de licitação a construção de unidade de educação
profissional e tecnológica no município, destinado a ofertar cursos de
qualificação para atender à população de toda a região.
Sociedade organizada
Outro ponto
de partida para melhorias é o Pacto de Cooperação pelo Desenvolvimento do
Município de Niquelândia, criado por moradores de diferentes segmentos.
Segundo um
dos membros, Ronaldo Fernandes da Silva, se houver organização entre a
sociedade e as entidades a cidade pode se beneficiar mais.
“São duas
vertentes: agronegócio e turismo”, diz. Leite, mel, hortaliças e peixes
encabeçam as possibilidades. No segundo semestre do ano passado, inclusive, foi
realizado um fórum entre várias entidades para mostrar as potencialidades do
município. “Escolhemos um lugar mais distante para não haver evasão e nos
surpreendemos. Aguardávamos 300 pessoas e foram 500”, compartilha Ronaldo. À
época, o cooperativismo foi uma das atividades mais visadas.
Fonte: O
Popular
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