A iniciativa
de um goiano resultou na descoberta de cobranças indevidas no valor de R$ 1,8
bilhão nas contas de luz de todos os brasileiros no ano passado.
Quando soube
da situação, Geraldo Francisco Lobo, presidente do Instituo de Defesa da
Cidadania de Formosa, cidade goiana do Entorno do DF, foi ingressou com um
pedido questionando o cálculo. Diante da requisição, a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) admitiu o erro.
Feliz pela
decisão, Lobo comemorou a decisão da empresa de restituir o montante à
população. "Graças à ação popular a Aneel vai devolver os valores cobrados
indevidamente", destaca.
A situação
ocorreu porque os encargos operacionais da construção da Usina de Angra 3, no
Rio de Janeiro, foram repassados ao consumidor, mesmo ela não entrando em
operação em janeiro de 2016 como era previsto. As obras continuam e ainda não
há previsão de início de atuação.
Na
sexta-feira (10), a Aneel reconheceu que, realmente, houve uma falha no momento
em que as contas de luz foram calculadas. Encargos operacionais da usina
nuclear inacabada foram incluídos no cálculo indevidamente.
Segundo a
agência, o erro foi baseado em informações da Câmara de Comercialização de
Energia Elétrica (CCEE), que é quem informa qual energia de reserva pode ser
usada.
Justificativa
O
diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, explicou que, antes de ocorrer o erro de
cálculo, a CCEE já havia encaminhado as projeções de custos de encargos
incluindo as despesas de operação de Angra 3.
Conforme o
diretor, ao identificar a falha, a própria Aneel orientou a CCEE a não incluir
esse valor na composição da energia elétrica. Rufino diz que, mesmo assim, a
câmara não retificou essa diferença ao projetar o valor da tarifa.
"E aí a
CCEE acabou não retificando essa informação e, ao incluir o valor, esse valor
estava entre outros diversos itens da conta de energia de reserva. Ele acabou
sendo incluído de uma maneira indevida”, ressaltou Romeu Rufino.
Em nota, a
CCEE afirmou que não enviou dados errados à Aneel e que não tem qualquer
participação nos processos tarifários das distribuidoras, que são de inteira
responsabilidade da agência.
Restituição
A Aneel
afirmou que os valores cobrados a mais serão devolvidos aos consumidores por
meio de reajustes menores nas tarifas de energia elétrica na medida em que
forem vencendo os prazos de revisão tarifária de cada distribuidora.
A previsão
da agência é de que os reajustes nas contas de luz devem ficar até 1,2 pontos
percentuais menores para compensar os valores cobrados indevidamente dos
usuários.
Fonte: G1
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