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Alto Paraíso/GO: Associação na Chapada dos Veadeiros incentiva moradores a preservarem o Cerrado



A preservação do meio ambiente e a geração de renda para a comunidade local são os principais objetivos da associação de coletores de sementes criada em São Jorge, em Alto Paraíso (GO).

A Associação Cerrado de Pé foi inaugurada no último sábado, para ensinar a moradores do povoado como funciona o processo de coleta de sementes de plantas nativas. A entidade trabalhará em benefício dos coletores e oferecerá capacitação para a coleta, tratamento e armazenamento das sementes.

O presidente da associação, Claudomiro de Almeida, diz que o nome da instituição resume o objetivo principal do projeto. “Elas (sementes) serão comercializadas por meio de outra associação, a Rede de Sementes do Cerrado, para as empresas de recuperação ambiental e outras instituições interessadas. O valor arrecadado com a venda será revertido para os coletores, já que a Cerrado de Pé não tem fins lucrativos”, explica.

A ideia de reflorestar a região nasceu de um projeto implantado no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Em 2009, pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que monitoravam a região fizeram experimentos para descobrir quais plantas se desenvolviam melhor no ecossistema.

Atualmente, o Cerrado conta com aproximadamente 12 mil espécies nativas. “De 2012 a 2016, algumas empresas de reflorestamento patrocinaram projetos de recuperação do Cerrado. No ano passado, elas alcançaram a meta de recuperar 94 hectares. Nesse período, os moradores da região receberam treinamento e passaram a reconhecer melhor os diferentes tipos de plantas e sementes. Neste ano, as empresas tiveram de se retirar, mas nós conseguimos apoio para a criação de uma associação que pudesse oferecer treinamento contínuo para os novos interessados”, acrescenta Claudomiro.

Além do ICMBio, a iniciativa teve apoio da Universidade de Brasília (UnB), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).


A associação sem fins lucrativos tem, atualmente, mil sacas — quase 4 toneladas — de sementes coletadas e prontas para comercialização.

A proposta é que a venda dos produtos gere empregos para os habitantes da região, que vão desde moradores de assentamentos até a comunidade do quilombo Kalunga. As atividades de coleta são realizadas de acordo com a disponibilidade dos associados cadastrados.

Consciência

O presidente da associação explica que as famílias da região tinham o costume de destruir a vegetação gramínea e as árvores por meio de incêndios para plantar produtos como arroz, feijão e soja.

A associação foi criada com o objetivo de contribuir com a conscientização dessas pessoas. “Hoje, eles conseguem ver que podem ganhar muito mais dinheiro com a coleta das sementes. Um quilo de feijão vale cerca de R$ 5 ou R$ 7. Já a mesma quantidade de sementes de castanha do baru, por exemplo, pode valer de R$ 40 a R$ 60”, compara Claudomiro, que também é coletor.

Em 2016, durante o período de coleta, que ocoree de março a outubro, 12 toneladas de sementes foram captadas pelos 66 participantes envolvidos com o trabalho. O valor arrecadado — cerca de R$ 70 mil — foi dividido entre as famílias dos coletores. De março deste ano até agora, os participantes do projeto coletaram 6 toneladas de sementes.

Ainda segundo Claudomiro, o projeto vai incentivar a produção artesanal e alimentícia e o turismo. “Os moradores coletam sementes de caju, cagaita, jatobá”, elenca. “Com as polpas dessas frutas, será possível vendê-las para empresas de alimentos. Neste ano, ainda queremos incluir o artesanato. Assim, poderemos ter uma loja para comercializar tudo o que é produzido. Além de coletar sementes para plantar, preservaremos o bioma e movimentaremos a economia local”, finaliza.

Fonte: Correio Braziliense

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