A Polícia
Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (28), em Goiás, uma ação que visa
combater desvios de dinheiro público em programas de financiamento rural. A
operação, batizada de "Fundo Falso", foi iniciada a partir da delação
de um gerente do Banco do Brasil. Os crimes teriam ainda a participação de
outros servidores do banco. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 100
milhões.
Em nota
enviada a reportagem, o Banco do Brasil informou que "adotou todas as
providências administrativas e judiciais inerentes ao caso". Ainda
conforme o comunicado, os desvios "foram detectados durante processo de
investigação interna, imediatamente informado à autoridade policial".
O Banco
disse ainda que, durante a apuração interna, "um funcionário respondeu a
inquérito administrativo e foi demitido por justa causa em julho de 2016".
Conforme a
PF, cerca de 80 policiais estão nas ruas para cumprir 70 mandados judiciais,
sendo um de prisão preventiva e um de busca e apreensão contra um ex-gerente do
banco. Outros 68 são de condução coercitiva. Eles foram expedidos pela 11ª Vara
Federal de Goiânia.
A operação
foi solicitada pelo próprio Banco do Brasil e é coordenada na cidade de
Anápolis, a 55 km de Goiânia. Além do município e da capital, os agentes também
atuam em Itaberaí, Gameleira de Goiás e Silvânia.
De acordo
com as investigações, os recursos foram desviados, entre 2014 e 2015, de
programas do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural) e do Fundo
Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
Em nota
enviada a reportagem, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste
(Sudeco), que cuida do FCO, disse que acompanha o caso com "vivo
interesse" e que vai aguardar o final da apuração para "ter uma
posição definitiva sobre providências a serem adotadas pela Sudeco no campo dos
usuários do FCO".
Já a
Previdência Social, responsável pelo Funrural, disse que o programa foi extinto
pela Lei nº 8.213, de 1991.
A reportagem
entrou em contato com a PF novamente sobre a questão e aguarda retorno.
Fraudes
Segundo a
PF, o crime consistia em fraudes na aprovação de financiamentos ilegais, nos
quais áreas sobrepostas e terras em duplicidade eram dadas como garantia. A
partir disso, eram obtidas liberações de dinheiro para fins ilegais.
Na
residência do gerente do banco, foram encontrados 5 cheques no valor de R$ 35
mil, oriundos de beneficiários dos empréstimos.
A verba, que
deveria ser utilizada no fomento à atividade agropecuária, segundo a PF, era
desviada para a aquisição de produtos do próprio Banco do Brasil, como Seguro
Ourocap, e pagamento de empréstimos.
Os
envolvidos podem responder por estelionato qualificado. A pena prevista é de 5
anos em caso de condenação.
Fonte: G1
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