Os
criminosos que explodiram a agência do Banco do Brasil em Gurupi, sul do
Tocantins, na noite do último domingo (11), abandonaram um caminhão e duas
caminhonetes durante a fuga. Nos veículos, a polícia encontrou pacotes de
dinheiro e contabiliza o valor que já soma R$ 5,4 milhões. Os suspeitos também
deixaram para trás 68,7 kg de dinamites.
Os veículos
foram deixados num matagal, em uma fazenda, perto de Cariri do Tocantins. Até
as 14h desta segunda-feira (12) nenhum suspeito havia sido preso.
Ainda
segundo o delegado, 12 a 20 criminosos participaram do assalto. Eles invadiram
a cidade, explodiram a agência do Banco do Brasil, fizeram reféns e incendiaram
carros. Depois fugiram dando tiros. Algumas lojas tiveram as vidraças
quebradas.
Uma mulher
foi atingida durante o tiroteio e precisou passar por cirurgia. A ação é
conhecida como crime do "novo cangaço". Os assaltantes invandem a
cidade, roubam e fogem deixando pânico e destruição.
Oliveira
informou a reportagem o dinheiro foi deixado para trás por causa do cerco feito
pela Polícia Militar. Os homens fugiram pela pista do aeroporto da cidade.
O Banco do
Brasil informou que está colaborando com a polícia na investigação. O banco
informou que os clientes podem buscar atendimento no banco postal da cidade, em
agências de cidades vizinhas ou pelos canais alternativos, como correspondentes
bancários, caixas eletrônicos da rede Banco 24h, na central telefônica ou pelo
internet banking.
Segundo o
delegado, a suspeita é que o grupo faça parte da 'Quadrilha dos Pipocas',
organização especializada em assalto a bancos e a carros-fortes. A quadrilha,
do Ceará, em uma das mais articuladas do país.
Na madrugada
de domingo, um homem de 45 anos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal na
BR-153, perto de Gurupi. A polícia informou que ele é membro dessa quadrilha e
foi capturado durante uma abordagem, porque tinha um mandado de prisão em
aberto pelo crime de homicídio.
O delegado
acredita que esse homem estava a caminho de Gurupi para participar da ação.
"Essa é uma das nossas hipóteses", disse.
A Polícia
Militar disse que intensificou as buscas no intuito de localizar os suspeitos.
Noite de terror
O assalto
aconteceu na noite de domingo. A PM disse que algumas pessoas foram feitas
reféns, dentre elas, cinco homens. Eles foram liberados em uma estrada vicinal
conhecida como Baliza. Informou ainda que quatro veículos estacionados perto do
banco foram incendiados, sendo três carros e uma motocicleta.
O morador da
cidade Rômulo Bonfim disse que estava a caminho de casa com a namorada. Os dois
tinham acabado de sair do centro, por causa dos ataques, quando os bandidos
atiraram no carro dele. Um dos disparos atingiu o ombro da namorada. Ela foi
socorrida e levada para o Hospital Regional da cidade, onde passou por uma
cirurgia.
A Secretaria
de Estado da Saúde disse que a paciente Raylane Rocha Morais foi prontamente
acolhida pela equipe multiprofissional do hospital, passou por cirurgia e seu
estado de saúde é grave.
O garçom
Alexandre Souza que trabalhava em um restaurante no momento do ataque conta que
viu quando os homens fizeram clientes de reféns e levaram para a agência.
"Foi tiro para todo o lado e pessoas em pânico entrando no restaurante,
quebrando tudo. Eles fizeram um terrorismo na cidade".
Um dos
reféns, o empresário José Filho, conta os momentos de medo e terror.
"Quando eles direcionaram aos bancos, eu pensei: 'A situação é mais grave,
vão nos colocar como refém'. Foi o que eles fizeram, nos tiraram a camisa e nos
colocaram nos pontos estratégicos. Um na esquina do banco, e o outro pessoal na
esquina de lá. E daí muitos tiroteios, os fuzis ficaram perto da nossa cabeça e
informando que qualquer ação da polícia nós iríamos morrer primeiro".
Durante os
ataques à agência do Banco do Brasil, os criminosos também explodiram portas
que dão acesso ao cofre e depois fugiram pelo portão dos fundos. A polícia não
informou se eles conseguiram roubar dinheiro.
Os homens
queimaram carros em vários pontos da cidade. Um dos veículos era do autônomo
Humberto Divino. "A gente ficou sabendo que eles estavam colocando fogo
nos carros e fechando as ruas e avenidas. Foi mais ou menos 1h ou 1h30 de
tiroteio. Quando os assaltantes foram embora da cidade, que a gente foi
conferir o fato, eu cheguei aqui e vi que um dos carros era meu. Eu estava
ansioso porque meu carro fica na rua perto do banco".
Durante a
ação, muitos moradores que estavam nas ruas da cidade tiveram que deitar no
asfalto para não serem atingidos pelos disparos.
A Polícia
Militar do Tocantins confirmou que policiais de várias cidades foram deslocados
para Gurupi. Militares de Porangatu, extremo norte de Goiás, também dão auxílio
nas buscas.
Fonte: G1
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