segunda-feira, 19 de junho de 2017

Atenção! Animais (mortos) na pista. Um alerta na Chapada dos Veadeiros




Sabe aquele jogo de computador cujo objetivo é atravessar uma galinha para o outro lado da estrada? O usuário precisa ser rápido para desviar dos carros e outros obstáculos e garantir que a galinha sobreviva ao cruzar as pistas.

O game over é comum nesses jogos. Na realidade nada virtual, essa é a rotina da fauna que tenta cruzar as rodovias que recortam e transformam as unidades de conservação em ilhas isoladas. No holofote desde a sua ampliação, o novo perímetro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) é rodeado por mais de 250 quilômetros de asfalto – e nenhuma passagem de fauna, somente alguns redutores de velocidade e placas de alerta. Apenas em uma delas, a GO-239, estima-se que morram mais de 2 mil animais atropelados por ano.

Os números são da pesquisa da geógrafa Tatiana Rolim. Entre julho de 2015 e setembro de 2016, a pesquisadora realizou 96 coletas na estrada em 42 dias de amostragem. Ao todo, foram encontrados 295 animais atropelados: 124 aves, 69 répteis, 34 mamíferos e 68 anfíbios.

Ou seja, 0.042 animais encontrados a cada quilômetro e 7,023 por dia de coleta. “Se extrapolarmos esses valores, ao longo de um ano encontraríamos 2.563 animais atropelados na rodovia, cerca de 1.077 aves, 599 répteis, 295 mamíferos e 590 anfíbios”, estima Tatiana.

A pesquisadora lembra também que muitos animais menores foram consumidos por predadores, como gaviões, ou foram feridos e morreram longe da rodovia, portanto “é correto supor que muitos não foram contabilizados e que, com certeza, os dados apresentados são subestimados. O montante de animais atropelados na rodovia dever ser muito superior”, alerta.

A alta mortandade de animais na rodovia, motivou a Associação Amigos da Floresta a iniciar uma campanha para tentar reduzir esse número. Desde o ano passado eles já realizaram ações para conscientizar os motoristas e instalaram placas educativas para redução da velocidade em função da possível presença de animais na pista.

Em dezembro, o grupo entregou um abaixo-assinado com mais de 1.400 assinaturas de pessoas físicas pela implementação de medidas mitigadoras de atropelamento de animais silvestres e também de acidentes com pedestres, ciclistas e motociclistas às autoridades da Agetop (Agência Goiana de Transporte e Obras).

Segundo a representante da Associação, Flávia Cantal, “na reunião, nos foi prometida a implementação de um Projeto Piloto no prazo de 120 dias, entretanto, até o momento, só foram colocados sonorizadores e placas indicativas de travessia de fauna ao longo da GO-239. Essas medidas são importantes, mas não são suficientes para reduzir o número de atropelamentos de maneira significativa”, reforça. Ela contou ainda que “o grupo está contribuindo para a vinda da pesquisadora Fernanda Abra, para que seja feito um levantamento sobre a possibilidade de colocação de passagens de fauna por baixo da rodovia e cercas de direcionamento ao longo da GO-239”. Com o relatório em mãos, a ideia é conseguir a adesão da Agetop para implementar o projeto.

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