Em
depoimento à Polícia Federal por conta da Operação Decantação 2, o
ex-governador José Eliton (PSDB) admitiu ter utilizado o avião do empresário
Carlos Eduardo Costa, dono da Sanefer, para viagens em 2016 sem contrato e com
pagamentos não formalizados. Até então, ele vinha dizendo que fez uso dos voos
com os devidos registros e pagamentos declarados.
No
depoimento prestado na sexta-feira (29), Eliton, que era vice-governador no
período dos fatos investigados, afirmou que fez uso dos voos em 2013 e 2014 com
pagamentos por locação feitos pelo PP, partido do qual era presidente estadual
na época, e com contrato entregue à Justiça Eleitoral em prestação de contas da
legenda.
Já em 2016,
quando era filiado ao PSDB, ele admite ter utilizado a aeronave King Air “sem
contrato e com pagamentos não formalizados”. Ele completou afirmando que o PSDB
almejava locar a aeronave, mas não houve a contratação. Por fim, Eliton disse
também que utilizava o avião “eventualmente de forma graciosa”, como carona.
O
ex-governador acrescentou que o uso do avião não tem relação com a Sanefer
enquanto contratada pela Saneago. Conforme mostrou O POPULAR na semana passada,
a Sanefer chegou a ter contratos de R$ 350 milhões com a estatal goiana.
Para o
Ministério Público Federal e a Polícia Federal, o uso dos voos era uma forma de
pagamento de propina em troca dos contratos e de pagamentos. Carlos Eduardo e a
mulher, Nilvane Tomás Costa, foram presos temporariamente na quinta-feira (28)
e liberados por liminar no domingo (31).
Defesa
Segundo
informações da defesa do ex-governador, ele fez alguns voos no período de
pré-convenção das eleições municipais diante da previsão de que o PSDB
contratasse o avião. Mas o partido acabou contratando outra empresa, e por isso
não houve pagamentos para o voo de Carlos Eduardo.
No
depoimento, conforme havia informado em entrevista coletiva na sexta-feira
(29), Eliton negou que tenha feito pagamentos com destinação carimbada para a
Sanefer enquanto era secretário de Segurança Pública e disse que desconhece as
movimentações financeiras entre Carlos Eduardo e o ex-chefe de Gabinete do
ex-governador Marconi Perillo (PSDB) Luiz Alberto Oliveira, conhecido como
Bambu, que também foi preso e já liberado.
Fonte: O
Popular
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