Uma denúncia
anônima que chegou à promotora Villis Marra aponta que o ex-governador Marconi
Perillo recebia mensalmente cerca de R$ 500 mil em propina da Companhia de
Saneamento de Goiás (Saneago). A entrega, conforme relatado, seria feita em
barras de ouro e entregues na fazenda do político em Pirenópolis.
Documento de
pedido de investigação enviado pela promotora ao Ministério Público Federal
(MPF) detalha ainda outras irregularidades e até pagamento de mensalidade de R$
1 milhão ao desembargador Nicomedes Borges.
O MPF
informou, em nota, que "até o momento, não tem informações a
respeito" do documento.
A defesa de
Marconi, representada pelo advogado Luiz Rassi, informou que “procurou a
promotora que disse que recebeu a denúncia sem fazer qualquer juízo de valor e
encaminhou ao promotor responsável pelo caso”.
De cardo com
a resposta, isso “não implica exista indício de veracidade da mesma e mais, a
notícia é absolutamente fantasiosa, porque diz de um imóvel de U$ 250 milhões,
mais caro do que qualquer imóvel de famosos como de Michael Jackson ou Madonna.
A denúncia e ridícula”, afirmou.
Sobre o
desembargador, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) disse que
"não se manifestará sobre o assunto, por enquanto, visto que ainda não foi
provocado oficialmente". O órgão disse ainda que "na época dos
supostos fatos, o desembargador Nicomedes Borges não fazia parte dos quadros da
instituição".
Ainda
conforme o órgão, a assessoria direta do desembargador irá encaminhar um
posicionamento separadamente.
O documento
é uma “Notícia de Fato” e foi encaminhada ao MPF e ao Grupos de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no último dia 15 de março para
investigação. O despacho aponta ainda uma “suposta existência de uma
organização criminosa na Saneago, envolvendo, no mínimo, 5 (cinco) pessoas
jurídicas e 10 (dez) pessoas físicas”.
A reportagem
entrou em contato com a assessoria da Saneago para pedir uma posição sobre as
investigações e aguarda retorno.
O documento
não detalha o contexto em que teriam ocorrido os pagamentos de “mesadas” ao
ex-governador, ao desembargador e José Taveira, ex-presidente da Saneago.
A reportagem
conversou com a defesa de José Taveira e aguarda resposta.
Conforme a
denúncia, um ex-gerente de transportes “recebia benefícios indevidos das
empresas que alugavam carros à Saneago, tendo recebido, inclusive, uma casa no
valor de R$ 800 mil reais”. O documento diz ainda que o mesmo servidor subornou
dois auditores para ter o processo arquivado.
O despacho
diz ainda que há indícios de que um advogado da empresa montou um escritório à
parte para defender funcionários contra a própria Saneago. Também há relato de
que “teria o conhecimento do chefe jurídico, contudo o processo administrativo
instaurado em seu desfavor encontra-se paralisado”.
Investigações
A Operação
Decantação 2 da Polícia Federal já apura irregularidades na estatal e cumpriu
mandados de prisão e busca e apreensão. Cinco pessoas foram presas na ação, mas
conseguiram habeas corpus dias depois.
Entre os
mandados de busca e apreensão, um foi cumprido na casa do ex-governador José
Eliton, onde foi apreendido um notebook. O político prestou esclarecimentos à
PF e depois à imprensa, quando negou qualquer pagamento indevido às empresas
investigadas.
Fonte: G1
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