O Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio) terá aumento de 20,6% neste ano na taxa de
inscrição, que passará a ser de R$ 82. Em 2016, a taxa foi de R$ 68. O valor
consta de novo edital com as regras do exame, que será divulgado no "Diário
Oficial" da União desta segunda-feira (10).
Responsável
pela organização do Enem, o Inep (instituto do Ministério da Educação) atribui
o aumento da taxa à ausência de reajuste entre 2004 e 2014 e ao valor inferior
às despesas com a prova nos dois anos seguintes.
"Não
tivemos nenhum aumento nos anos anteriores, e por isso fizemos a correção
agora. Mesmo com esse valor de R$ 82, o governo ainda deve complementar o
investimento", diz Eunice Santos, diretora de gestão e planejamento do
Inep.
Segundo o edital,
as inscrições para o Enem iniciam em 8 de maio e seguem até o dia 19. Além da
taxa, a nova edição terá mudanças no processo de inscrição e no modelo de
realização das provas. Pela primeira vez, o Enem deve ocorrer em dois domingos,
5 e 12 de novembro, e não mais em um só fim de semana.
A mudança
ocorre após uma consulta pública elaborada pela pasta neste ano, e que teve
mais de 600 mil contribuições. A medida também beneficia os sabatistas (pessoas
que guardam os sábados), que antes esperavam cinco horas nas salas de aula até
o início do exame.
A ordem das
provas também mudou: o primeiro dia será reservado às provas de redação,
linguagens e ciências humanas, enquanto o segundo terá matemática e ciências da
natureza. Até o ano passado, as provas de redação eram aplicadas apenas no
segundo dia.
Participantes
também devem receber neste ano uma prova personalizada, com nome e número de
inscrição impresso no papel. Com isso, não será mais preciso, por exemplo,
escrever a cor de cada caderno de questão para preencher o gabarito das provas.
Para a
presidente do Inep, Maria Inês Fini, a medida aumenta a segurança do exame.
"Se uma prova vazar, saberemos de quem foi a prova que vazou",
afirma.
INSCRIÇÃO
Segundo
Fini, as alterações na inscrição ocorrem para os candidatos que solicitam
isenção da taxa ou atendimento especializado -como tempo adicional de provas.
Até então, a gratuidade na inscrição era solicitada apenas por meio de
autodeclaração de baixa renda.
Neste ano,
no entanto, o ministério passará a exigir o número de cadastro no CadÚnico,
plataforma do Ministério de Desenvolvimento Social que reúne dados sobre
famílias de baixa renda. Já para estudantes concluintes do ensino médio de
escolas públicas, que também têm direito à isenção, nada muda.
Outra
alteração ocorre para alunos que precisam de atendimento especializado e de
tempo adicional para realização das provas. Antes, esse pedido era feito no dia
do exame. Agora, a solicitação de tempo adicional deve ocorrer já no momento da
inscrição, junto com documento que comprove o motivo do pedido. A medida vale
para deficientes, pessoas com deficit de atenção, dislexia, autismo, entre
outras condições.
O Inep
também avalia oferecer, neste ano, um dispositivo em vídeo com a tradução do
Enem na linguagem de sinais para participantes com deficiência auditiva. O
teste ocorre em caráter experimental, sem prejuízo da oferta de intérprete como
nos anos anteriores.
CERTIFICAÇÃO
Em outra
mudança, o Enem também deixará de ser usado como forma de certificação do nível
do ensino para pessoas que deixaram de concluir os estudos no modelo regular.
Para isso, o
Inep deve voltar a aplicar o Encceja (Exame Nacional de Certificação de Competências
de Jovens e Adultos), tanto para quem deseja obter a certificação do ensino
médio quanto da etapa anterior, o ensino fundamental. "O Enem não foi
feito para certificação. Teremos um processo agora muito mais preparado",
diz Fini.
Segundo a
presidente, a medida deve impactar no número de inscritos para o Enem deste
ano. Em geral, cerca de 1 milhão de participantes faziam o exame para obter a
certificação do nível de ensino. A estimativa da pasta é que 7,5 milhões de
pessoas participem do Enem neste ano.
O Enem
também deixará de ter, a cada ano, os resultados divulgados por escola, medida
que acabava sendo utilizada como forma de comparação da qualidade do ensino
médio. A mudança atende a críticas de especialistas, para quem o exame não era
o indicador adequado para avaliar as escolas.
No lugar, o
MEC planeja aplicar as provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica)
para alunos do 3º ano do ensino médio. O resultado fará parte do Ideb,
indicador de qualidade da educação.
Fonte:
FolhaPress
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