quinta-feira, 13 de abril de 2017

Estado do Entorno: Goiás perderia R$ 548 mi por ano



Um projeto de decreto legislativo que está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, em Brasília, propõe a criação do Estado do Entorno, desmembrando de Goiás 18 municípios da região do Entorno do Distrito Federal (DF).

Caso a proposta seja efetivada, a separação, ao mesmo tempo em que desobrigará o tesouro estadual de investir na região, ficará também sem arrecadar um montante anual de mais de R$ 548,3 milhões em impostos, que foi o valor total pago em 2016 pelos contribuintes locais.

A cifra, informada pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás (Sefaz), refere-se apenas ao Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto Sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD). Proporcionalmente, equivale a 3,4% de tudo que foi arrecadado pelo Estado, no ano passado, nestes três tributos, que foi R$ 15,9 bilhões. E em análise separada, a maior parcela a ser perdida é a do IPVA, visto que, em 2016, os 412,8 mil veículos das cidades do Entorno renderam, em impostos, 5% do total da frota estadual.

O projeto é de autoria do deputado federal Célio Silveira (PSDB). Ele reconhece a importância dos 18 municípios para o restante do Estado, mas defende o desmembramento como uma forma de promover a melhoria deles e facilitar a gestão de uma região carente, com índices de desenvolvimento abaixo das demais e que, historicamente, se tornou sinônimo de elevadas taxas de criminalidade. “Do jeito é hoje, não dá para o governo do Estado suprir as necessidade da região e dos demais municípios goianos. A nossa população tem muitas carências e aplicar aqui tudo que se arrecada seria muito melhor”, diz.

Silveira pontua algumas questões que, segundo ele, poderiam ser melhor resolvidas com a separação, como a inexistência de uma universidade federal na região. “Tenho certeza de que essa é a única forma de o Entorno desenvolver, da sua gente crescer e termos aqui boas universidades, pois ainda não temos, assim como não temos também um hospital geral, muito menos um hospital do câncer”, pontua. Enquanto isso, a tendência é de aumento populacional, diante da atrativa proximidade de Brasília.

No texto do projeto, o deputado menciona na justificativa a distância entre Goiânia e a região como fato que dificulta ainda mais a prestação de serviços. “Com essa realidade, a população recorre aos serviços públicos do Distrito Federal (...) que ficam demasiadamente sobrecarregados e onerados”, informa o texto. A proposta não pretende inserir nenhuma das cidades satélites do DF. A ideia é mesmo reduzir. “Hoje tudo que é menor e não é inchado é mais valorizado”, argumenta Célio. “E um estado próximo a Brasília seria uma sonho para a população.”

PLEBISCITO

Se o projeto passar pela CCJC e aprovado, depois, em votação no plenário da Câmara, a decisão final será tomada, então, pela população das 18 cidades envolvidas. Um plebiscito será organizado, com o auxílio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Se a maioria optar pela separação, a proposta volta novamente para o legislativo, cuja maioria precisa aprová-la novamente para que o projeto seja levado para sanção da presidência da República. No dia 4 de abril, ele passou unânime pela Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) e chegou à CCJC na quinta-feira (6).

Outra coisa que, segundo Célio, pode ser decidida na votação, é sobre qual será a capital do novo estado. Isto, conforme ele, independe de tamanho e representatividade, ficando também a cargo da população.

Fonte: O Popular

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