O primeiro
julgamento pelo crime de feminicídio ocorrido em Vila Boa, distrito judiciário
de Flores de Goiás, condenou Adilton Cunha a 14 anos de prisão, nesta
segunda-feira (10/4), em sessão do Tribunal do Júri presidida pelo juiz Marcelo
Batista.
O promotor
de Justiça Asdear Salinas Macias, responsável pela acusação, adianta que, em
razão das circunstâncias que envolveram o caso, que chocou toda a comunidade,
vai recorrer visando aumentar a pena do condenado.
O homem
matou uma jovem de 18 anos, filha de sua ex-companheira, com diversas
marteladas na cabeça, crime cometido inicialmente pelas costas e na presença do
irmão da vítima, de apenas 2 anos.
A denúncia
foi oferecida em 2015 pelo promotor de Justiça João Paulo Cândido Oliveira, na
comarca de Flores de Goiás. Conforme sustentado pelo MP, antes do crime,
Adilton manteve um relacionamento amoroso conturbado com Rosângela Carvalho,
mãe de Karina Carvalho Leite, por cerca de um ano, período em que já havia
ameaçado de morte a companheira.
Mesmo depois
de mudar para a casa de um amigo, ele ainda continuou a frequentar a casa da
ex.
Conforme
apurado, no dia 1° de agosto de 2015, Rosângela saiu para trabalhar e deixou o
filho mais novo na companhia de Adilton, afirmando que só voltaria no outro
dia. Por volta das 19 horas, Karina, então, foi dar banho no irmão e acabou se
alterando com o menino, sendo interrompida por Adilton, em que disse que ele
mesmo terminaria a tarefa. A vítima não aceitou a intervenção, alegando que ele
não era o pai do menino e passaram a discutir.
Adilton,
então, pegou um martelo na gaveta da cozinha e, no momento que a adolescente
virou de costas para ir até o quarto, deu um golpe na cabeça da vítima, que
caiu no chão. Apesar de machucada, ela conseguiu se levantar, mas Adilton
voltou a atacar, desferindo várias outras marteladas na cabeça da moça.
Agonizando,
Karina foi para o quarto, tentando se apoiar num guarda-roupas, caindo
novamente. Neste momento, Adilton foi para o banheiro levar um brinquedo para o
menino e, ao retornar, continuou a golpear a jovem, até ser interrompido pelo
garoto.
Na sequência,
o homem terminou de dar o banho no menino e tirou a roupa que estava vestido,
colocando-a num cesto. Nessa movimentação, acabou sujando um lençol que estava
no local, revelando ter sido o autor do feminicídio.
Por volta
das 20 horas, ele deixou a casa na companhia da criança, ficando na rua até
aproximadamente as 22 horas, quando resolveu levá-lo para a casa do amigo onde
estava morando nos últimos tempos, deixando-o lá. Em seguida, fugiu.
Fonte: MPGO
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