A venda da
Celg Distribuição (Celg D) rendeu para o Estado R$ 1,104 bilhão com a conclusão
do negócio em fevereiro de 2017. Para ordenar as promessas que foram feitas à
época, decretos do governo estadual definiram uma programação da destinação dos
recursos financeiros da privatização. E a prioridade era investir em obras de
infraestrutura.
A verba,
todavia, foi destinada para menos da metade do prometido. E chegou a ser usada
até para pagamento da folha de estatal.
De acordo
com decretos de março e outubro de 2017, 139 obras estavam listadas entre as
prioridades. Mas 80 não foram contempladas, ou 57,55% (Veja no quadro). É o que
mostram os ofícios da antiga Secretaria da Fazenda (Sefaz), que detalham os
pedidos de depósitos para investimentos com o recurso da Celg D. O
ex-governador Marconi Perillo (PSDB) defendeu que o dinheiro era para investir
em obras de infraestrutura social e econômica “estratégicas para o
desenvolvimento do Estado”.
Não
constavam nos decretos as verbas para operações do dia a dia da Celg
Participações (CelgPar), como pagamento de folha e a construção de subestação
em Luziânia, que levaram ao todo R$ 50,449 milhões, por exemplo.
Os decretos
também não previam o pagamento de parcela da dívida da CelgPar com a Caixa
Econômica Federal, que o Estado assumiu, em 2014, para a alienação das ações da
distribuidora de energia elétrica, que custou outros R$ 108,972 milhões do total
recebido.
A CelgPar se
tornou um segundo Tesouro estadual. Como era a CelgPar que detinha as ações da
Celg D antes da privatização, Marconi decidiu deixar o recurso na conta da
empresa. E para utilizá-lo era preciso encaminhar ofício solicitando o depósito
dos valores.
O que foi
feito 67 vezes, entre março e dezembro de 2017, através de solicitações
encaminhadas pela Sefaz.
Fonte: O
Popular
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