Pedreiro é condenado a 48 anos de prisão por tiroteio que matou menina e deixou irmão dela paraplégico, em Formosa/GO
O pedreiro
Jailton Alves dos Santos, de 25 anos, foi condenado nesta quinta-feira (28) a
48 anos, 4 meses e 20 dias de prisão pelo tiroteio que matou a menina Echiley
Vitória Lopes de Jesus, de 8 anos, e que deixou irmão dela, que na época tinha
11 anos, paraplégico, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. Outros três
acusados já foram condenados.
A audiência
durou mais de seis horas e foi presidida pela juíza Christiana Aparecida Nasser
Saad, da 1ª Vara Criminal. Sete pessoas integraram o Conselho de Sentença.
Mãe das
crianças, a dona de casa Adriana Lopes de Souza, de 37 anos, se emocionou com a
sentença. “Estou aliviada. Não traz minha filha de volta, mas achei que não
teve impunidade. Era o que eu esperava. Chorei várias vezes durante o júri, é
reviver tudo”, disse.
O crime
aconteceu na Avenida Senador Coimbra, em 27 de outubro de 2015. A estudante
Echiley e o irmão dela iam para a escola acompanhados de um irmão mais velho
quando ficaram no meio do tiroteio entre ocupantes de uma Mitsubishi L200 e de
um VW Gol. A menina morreu no local.
A troca de
tiros entre os ocupantes dos dois carros teria ocorrido após uma discussão em
um posto de combustíveis, registrada por câmeras de segurança. Os outros
apontados como envolvidos no tiroteio são:
Douglas
Ribeiro Gonçalves Souto - era adolescente na época do crime e estava junto com
Jailton no VW Gol durante a troca de tiros. Diz que foi quem iniciou os
disparos. Foi apreendido na época e condenado por ato infracional análogo ao
homicídio. Cumpriu pena em um centro de internação. Atualmente está preso por
roubo.
Douglas
Martins Alves - estava na Mitsubishi L200 em companhia do tio, Fernando Martins
Alves. Foi condenado a 9 anos e 11 meses de prisão pelo crime e está recorrendo
em liberdade.
Fernando
Martins Alves - estava na Mitsubishi L200 em companhia do sobrinho, Douglas
Martins Alves. Foi condenado a 43 anos e 9 meses pelo crime e está preso.
O julgamento
Jailton foi
condenado pelo homicídio de Echiley Vitória e pelas tentativas de homicídio de
um irmão dela, na época com 11 anos, e dos dois ocupantes da caminhonete: o
motorista Douglas Martins Alves e o passageiro Fernando Martins.
A pena
também incluiu a condenação pelo crime de corrupção de menor, pois o réu teria
ido buscar Douglas Ribeiro Gonçalves Souto, na época com 17 anos, para atirar
contra os ocupantes da caminhonete.
Ao ler a
sentença, a magistrada considerou que Jailton foi o mandante do tiro que deu
início ao tiroteio. “Ficou comprovado que o réu foi o mandante. Ele não efetuou
disparos, mas atuou ao determinar ao comparsa que o fizesse”, declarou.
Jailton
confirmou, em depoimento, que estava no local do crime, mas negou que tenha
atirado ou que mandou alguém atirar. Advogado do réu, Rômulo Ribeiro Nunes
considerou a pena muito alta, mas ainda não sabe se o cliente vai querer
recorrer da sentença.
“Achei
estranha a questão de ele estar na mesma situação do Douglas, motorista da
caminhonete, que pegou 9 anos, e ele ter pego 48 anos. A juíza fundamentou a
sentença na palavra do Douglas [então adolescente, que estava no banco do
passageiro] de que Jailton teria ordenado que atirasse. Não se sabe se Douglas
[motorista da caminhonete] fez isso em relação ao Fernando”, declarou.
Responsável
pela acusação, o promotor de Justiça Douglas Chegury considera que a pena dada
era “a que a sociedade esperava”. Ele justificou o motivo de Jailton pegar mais
anos de prisão do que os demais envolvidos.
“No caso
dele, teve a prática de corrupção de menor, que os outros não tiveram. A gente
encara esta prática como crime menor, mas a forma que vamos ter de inibir a
utilização de menores é responsabilizar de forma severa quem faz uso de
adolescentes. Pesam também os antecedentes criminais do réu”, disse o promotor.
Fonte: G1
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