O Tribunal
do Júri da comarca de Posse, localizada no Nordeste goiano, condenou Florisvan
Guedes da Silva, integrante do grupo denominado “Os Três Patetas”, a pena
definitiva de 28 anos, oito meses e 11 dias de reclusão, em regime fechado,
pelos homicídios duplamente qualificado contra as vítimas Joelma Sousa
Rodrigues e Lucas Pereira de Almeida, durante uma brincadeira conhecida por
“Zerinho ou Um”, que decide quem matará o rival por uma dívida de droga e que
também vitimou Jonathan Juran da Hora Silva.
Quanto a
este último homicídio qualificado, Florisvan foi absolvido, vez que foi
executado por um outro integrante do grupo, Douglas Maciel, já falecido.
Contudo, ele foi condenado, ainda, pelo crime de associação para o tráfico de
droga, a 700 dias-multa, sendo cada dia-multa fixada em 1/30 do salário mínimo
vigente na época do fato, ocorrido em 2016.
Segundo
denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), no dia 10 de maio de
2016, por volta das 21 horas, na Rua Hidelbrando Pereira de Souza, Setor Mãe
Bela, Florisvan Guedes, à época com 19 anos, juntamente com Douglas Maciel e
Tharly Oliveira Souza (falecidos em 29 de maio de 2016), de “forma livre,
consciente e voluntária, por motivo torpe” - dívida de drogas -, matou Jonathan
Juran da Hora Silva.
Nesta mesma
noite, por volta das 22h58, e na mesma circunstância, o grupo matou Lucas
Pereira de Almeida, na Rua Nelson Vieira de Brito, Setor dos Funcionários,
tendo no dia anterior e também em igual situação, matado Joelma Sousa
Rodrigues. O crime aconteceu às 19h10, na Rua José Balduíno, Centro.
Os autos
noticiam que o grupo se autodenominava “Os Três Patetas”, e aterrorizouos
moradores de Posse, até a morte de Douglas e Tharly, durante confronto com a
Polícia Militar.
De acordo
com os autos, os três “uniram-se em comunhão de esforços para a prática de
tráfico de drogas neste município ao longo do ano de 2016, tendo comercializado
o entorpecente junto a pequenos usuários de droga, assim como realizado a
cobrança de dívidas de tráfico empregando métodos extremamente violentos e até
mesmo mortais”.
Sorteio macabro
De acordo
com o Inquérito Policial, Joelma Sousa, usuária de crack, procurou mais de uma
vez o grupo em busca de droga para seu consumo. Os três traficantes, contudo,
já planejavam a sua morte em razão de dívidas não pagas e também porque
acreditavam que ela seria informante da polícia e os estaria delatando aos
policias.
O grupo
realizou um macabro sorteio para decidir qual dos “Patetas” iria desferir os
tiros fatais, tendo os mesmos logo depois se encontrado com a vítima em via
pública. Florisvan atraiu a atenção de Joelma para que o “Pateta” Douglas
efetuasse os disparos fatais, tendo ambos em seguida se evadido do local.
Também foi
apurado que a vítima Lucas de Almeida devia aos “Três Patetas” volumosa quantia
de drogas, o qual recusava-se a pagar, mesmo tendo sido cobrado pelo grupo por
diversas vezes. A sessão do Tribunal do Júri foi realizada na sexta-feira (22)
e presidida pelo juiz Pedro Henrique Guarda Dias.
Fonte: TJGO
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