De 2017 até junho deste ano, foram registrados 7.184 casos de violência sexual em Goiás. 40 casos registrados em Cavalcante/GO
Considerando
todos os registros de estupros no Estado de 2017 até junho deste ano, o número
de vítimas chega a 7.184, sendo 1.798 delas não vulneráveis. O quantitativo
revela uma média mensal, nestes casos, de 55 abusos em 2017, 62 em 2018, e 66
em 2019, demonstrando um aumento neste tipo de crime em Goiás.
Dados da
Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) revelam que, neste período,
Goiânia registrou o maior número de casos de violência sexual no Estado,
contabilizando um total de 932 ocorrências nesses últimos 20 meses. Na
sequência, ainda considerando números totais de estupro, despontam Aparecida de
Goiânia, com 364 registros; Anápolis, com 296; Luziânia, com 281 e Rio Verde,
com 226.
Valparaíso
de Goiás e Águas Lindas de Goiás, ambos municípios no Entorno do Distrito
Federal (DF), ficam, respectivamente, na sexta e sétima posições. O primeiro
com 226 registros e o segundo, com 214.
Finalizam o
ranking das dez cidades goianas com o maior quantitativo de estupros Senador
Canedo, na região metropolitana da capital, com 169 casos e outros dois
municípios do Entorno do DF: Formosa e Planaltina de Goiás. O primeiro com 151
registros e o último, com 150.
Proporção
Ao
considerar os números totais de registros de estupros em cada cidade do Estado
em relação à sua respectiva população, a ordem muda. De 2017 a junho de 2019, a
média de casos para cada 10 mil habitantes foi maior em Cavalcante, município
no Norte de Goiás com 9.829 habitantes e 40 casos. No ranking geral ele aparece
em 28º lugar.
Considerando
esta mesma relação, Morro Agudo de Goiás, a cerca de 200 quilômetros de
Goiânia, fica na segunda posição. De 2017 para cá foram oito registros no
município, que tem 2.351 moradores.
Em terceiro,
ainda segundo a proporção de média de ocorrências por 10 mil habitantes no
mesmo período, está Abadia de Goiás, na região metropolitana. Por lá foram 23
casos. A população chega a 8.207 pessoas.
2019
Entre as 381
ocorrências de estupros neste ano que não tiveram como vítimas pessoas
vulneráveis, 175 delas aconteceram dentro de uma residência, o equivalente a
44,19% dos casos. A proporção é inferior ao que foi verificado nos registros em
que a vítima era pessoa vulnerável, em que do total, 66,47% foram cometidos em
residências.
No total de
estupros registrados no Estado neste ano, a maioria das ocorrências foi
verificada aos domingos e aconteceu à meia-noite.
Em
fevereiro, março e maio e junho de 2019, os casos de estupro superaram os
registrados nos mesmos meses nos dois anos anteriores.
Também neste
ano foi registrada a única ocorrência de estupro coletivo no Estado nos últimos
três anos. O crime aconteceu numa quarta-feira do mês de fevereiro, no Setor
Cidade Jardim, em Goiânia, às 17 horas, em local público.
Atenção é recomendada
A juíza
Placidina Pires reforça que o maior número de casos de estupro envolvem pessoas
vulneráveis “precisamente em função de sua vulnerabilidade”.
“Os pais
devem estar mais atentos à mudança de comportamento dos filhos, normalmente,
eles ficam arredios, apresentam queda no rendimento escolar, voltam a fazer
xixi na cama, choram com facilidade e mudam as brincadeiras, despertando a
sexualidade prematuramente, com toques nos próprios órgãos genitais e de outras
crianças”, cita. Ela informa que recomenda-se, também, não deixá-los com
pessoas estranhas ao convívio familiar e, desde pequenos, orientá-los sobre até
onde podem tocar e ser tocados por outras pessoas, principalmente, em suas
partes íntimas. “Trata-se de crimes de difícil comprovação, uma vez que as
vítimas são muito novas e, às vezes, nem sabem que estão sendo abusadas,
porque, normalmente, nutrem sentimento pelo agressor (pai, tio, avó, primo,
irmão, etc).”
Além disso,
a juíza diz que elas não conseguem reproduzir com exatidão o que aconteceu, têm
medo de denunciar os parentes, por medo de retaliação, e, os pais e demais
familiares geralmente não acreditam nos relatos.
Fonte: O
Popular
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