Pular para o conteúdo principal

Ex-prefeitos têm R$ 22 milhões bloqueados por fraude em cooperativa de catadores em Formosa/GO



Dois ex-prefeitos e ex-secretários da prefeitura de Formosa tiveram R$ 22 milhões em bens bloqueados pela justiça. Investigações do Ministério Público do Estado de Goiás revelaram um esquema de fraude nos processos licitatórios e falsidade ideológica na administração pública do município entre os anos de 2012 e 2016.

A quantia milionária é a soma dos bens dos ex-prefeitos Pedro Ivo de Campos Faria, Itamar Sebastião Barreto e dos três ex-secretários de administração Abílio De Siqueira Filho, Eduardo Leonel De Paiva e Gilmar Francisco De Sousa.

Na manhã desta quarta-feira (24), MP/GO e a Polícia Civil deflagraram Operação TREBLINKA, onde foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência de Flavineide Rocha dos Santos, dirigente da empresa Arraial Reciclagem e Cultura.

Esquema ilegal

No ano de 2009 o Ministério Público identificou problemas no lixão da cidade, onde cerca de 20 pessoas trabalhavam como catadores em situação degradante. Na época, o Ministério Público e a Prefeitura de Formosa fecharam um termo de ajustamento de conduta para que fossem contratadas pessoas de baixa renda para trabalhar como catadores de recicláveis no lixão da cidade.

De acordo com o promotor Douglas Chegury, a cooperativa foi regularizada em 2011. No entanto, em 2012, os gestores encontraram uma brecha na lei e começaram a usar o acordo para fazer contratações dispensando os trâmites legais.

Os gestores encaminhavam as pessoas que procuravam uma vaga de emprego para a dirigente da cooperativa, Flavineide Rocha, e ela era responsável por criar micro empresas individuais para que assim, eles prestassem serviço para a cooperativa. “Em torno de mil pessoas celebraram o contrato com o município”, disse o promotor Douglas Chegury.

Essas pessoas atuavam como funcionários públicos e nunca foram catadores. Eles trabalhavam em secretarias municipais, hospitais, escolas, delegacias e outros locais. Porém, de acordo com a legislação, esses cargos só poderiam ser preenchidos mediante realização de concurso público ou com a aprovação na Câmara Municipal.

Em 2012, durante o mandato do então prefeito Pedro Ivo, foi feito o primeiro contrato fraudulento de R$ 1,5 milhão, onde existiam 180 pessoas além dos catadores. Itamar Barreto assumiu o cargo e deu continuidade ao esquema. Em 2013, o contrato com a cooperativa saltou para R$ 3,5 milhões e 350 microempresários. No ano seguinte, para R$ 4 milhões e em 2015, R$ 5,5 milhões. O MP aponta que, ao longo de cinco anos, a fraude chegou a R$ 20 milhões.

Em 2017, quando Ernesto Roller assumiu a prefeitura, cancelou o contrato e acabou com o esquema. Ao serem perderem os empregos, alguns funcionários recorreram à Justiça do Trabalho para receber os direitos trabalhistas. E em função das ilegalidades praticadas pelos denunciados, o município de Formosa já foi condenado ao pagamento de verbas trabalhistas da ordem de mais R$ 2 milhões.

De acordo com nota do Ministério Público à imprensa, todos os seis envolvidos se tornaram réus na ação penal com denúncia criminal recebida pelo juiz Fernando Oliveira Samuel, da segunda vara de Formosa. Segundo o promotor Douglas Chegury, os réus estão sujeitos a penas que podem ultrapassar 10 anos de reclusão.

Fiscalização

Uma das trabalhadoras que foi contratada por esse esquema disse em depoimento que, durante uma das fiscalizações do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) nas contas da cidade, os réus sugeriram que ela vestisse uma roupa de gari, segurasse uma vassoura e posasse para uma foto na frente do aterro sanitário da cidade. Segundo o promotor, a pessoa não aceitou ser fotografada. Mas Chegury acredita que a imagem seria usada pelos gestores para ludibriar os conselheiros do TCM.

Fonte: MP e O Popular

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De São Domingos-GO: Um ano após enterrar a mãe sozinho, Zé Ricardo morre com 80% do corpo queimado

O homem que viralizou na internet após velar e enterrar a mãe sozinho, no ano passado, morreu neste domingo (12), no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, após ter 80% do corpo queimado. José Ricardo Fernandes Ribeiro, conhecido como Zé Ricardo, natural de São Domingos, no nordeste goiano, teria sido atacado na quitinete em que morava, no Conjunto Estrela do Sul, na última sexta-feira (10). Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Segundo o dono da quitinete em que José Ricardo morava, os vizinhos perceberam que havia fogo no local e acionaram o socorro. A vítima foi resgatada por equipes do Samu e Bombeiros, e transportada para o hospital de helicóptero. A autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas. José Ricardo vivia sozinho e seu único familiar é um filho de 19 anos que mora na cidade de São Domingos, e com o qual não mantinha contato, conforme infor

Preso trio suspeito de latrocínio em mambaí/GO. Os três são acusados de matar o professor Fabio Santos e o taxista Raimundo Francisco

Professor Fabio Santos  Trio de suspeitos O professor Fábio Santos que estava desaparecido desde o último sábado (05), foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (08), em Mambaí, no nordeste goiano. Ainda havia esperanças de que o professor pudesse estar vivo, mas as esperanças acabaram nesta manhã. O corpo do professor estava enterrado no setor Novo Mambaí. De acordo com as informações, o professor Fabio Santos foi vitima de latrocínio. O trio de suspeitos de participar do crime, foram presos por volta das 05h00 desta terça-feira em Luis Eduardo Magalhães, no oeste baiano. João Pereira, de 19 anos, e os menores D.S. N.L e G.J., são os principais suspeitos também de ter torturado e matado o taxista Raimundo Francisco Dourado, de 53 anos, a pedradas, pauladas, ainda passaram o carro que eles estavam por cima da vítima, além de roubar vários pertences do mesmo e o carro, eles também são acusados de matar e enterrar no quintal da residência do mesmo, o prof

Morador de Campos Belos-GO morre em acidente com moto na GO-118

Um morador de Campos Belos, nordeste do estado, morreu ao cair de uma motocicleta, quando voltava de Brasília, na última sexta-feira (8). Ele trafegava pela rodovia GO-118, próximo à cidade de São João da Aliança, no nordeste do estado, quando caiu do veículo. Ronisson de Sousa Celestino tinha 28 anos e somente foi achado no sábado, por um homem que viu o corpo e a moto caídos nas margens da rodovia. De acordo com uma amiga da vítima, ele morava em Campos Belos, mas estava sempre no assentamento Marcos Lins, onde trabalhava com seu pai. Não se sabe ao certo o que ocorreu para ele ter perdido controle do veículo, de forma fatal. Só a perícia da Polícia Civil poderá desvendar a dinâmica do acidente e a morte dele.