Com pouco
mais de uma semana de funcionamento restrito no comércio de Goiás, empresários
têm pressionado prefeitos e entidades que os representam no interior para que
as regras sejam flexibilizadas antes que o prazo de vigência da medida termine.
Mesmo diante
do cenário, o presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), Haroldo
Naves (MDB), tem orientado os prefeitos a continuar seguindo as definições da
Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e governo estadual para
prevenir o aumento da contaminação por coronavírus no Estado.
Decreto
publicado pelo governo de Goiás no dia 20 de março suspendeu parte das
atividades comerciais e industriais no Estado até o próximo sábado (4).
Estabelecimentos que comercializam e produzem mercadorias essenciais à vida
(alimentos e remédios) continuam abertos normalmente. Borracharias, oficinas
mecânicas e restaurantes localizadas em estradas também podem receber clientes.
Restaurantes e lanchonetes dentro das cidades só podem funcionar para entrega.
O prefeito
de Senador Canedo, Divino Lemes (Podemos), diz que a cidade teve poucos
problemas de descumprimento do decreto no comércio. No entanto, desde
pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na
semana passada, a situação “não está muito controlada” em Senador Canedo. Em
discurso transmitido em rádio e televisão, Bolsonaro minimizou os efeitos da
contaminação por coronavírus e disse que a suspensão de aulas e do
funcionamento de parte do comércio não é necessária.
“O
posicionamento do presidente deixou a coisa muito simples. Nossa fiscalização
está trabalhando com a Polícia Militar para cumprir o decreto estadual mesmo
assim. Não permitidos aglomerações. Mas espero que saia logo um novo decreto
unificando a orientação do governo federal e estadual”, diz Lemes.
Em Goianira,
o prefeito Carlos Alberto Andrade Oliveira, conhecido como Carlão da Fox
(PSDB), também diz que está “mantendo o rigor da lei” e estabelecimentos que
levantam as portas sem autorização são fechados pela fiscalização. “Mantemos o
diálogo, não é uma imposição. Sabemos que a situação é complicada. Mas
precisamos preservar a vida para que tenhamos condição de flexibilizar as
regras mais na frente e ajudá-los. Esperamos as próximas direções do governo
estadual”.
Cobrança
Assessor
jurídico da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO),
Woner Protásio diz que associados de diferentes cidades do Estado têm cobrado
dos presidentes municipais que intercedam junto ao Estado para que as regras
relacionadas ao comércio sejam flexibilizadas antes de sábado. Woner diz que a
situação é generalizada, mas a entidade mantém o posicionamento de apoio à
restrição parcial das atividades comerciais no Estado pelo menos até o fim da
semana. “Estamos orientando o empresário a pleitear nas prefeituras a
prorrogação do vencimento dos impostos municipais e os prefeitos têm nos
atendido”.
Segundo
Woner, o grupo de empresários que pede a volta imediata do funcionamento de
suas empresas argumentam que não existem casos de coronavírus em suas cidades
e, na visão deles, é possível retomar as atividade como precauções, como uso de
máscaras, liminar a quantidade de pessoas que entram nas lojas e assepsia de
equipamentos. A FCDL-GO tem 86 entidades filiadas no Estado.
No município
de Quirinópolis, o prefeito Gilmar Alves da Silva (MDB) diz que os comerciantes
tentaram abrir as lojas ontem, mas a fiscalização impediu. Apesar da declaração
do prefeito, o POPULAR recebeu denúncias de que parte do comércio na cidade
está funcionando e não são usados materiais de prevenção, como máscaras.
Questionado sobre o assunto, Gilmar disse que não tem conhecimento sobre o
problema, mas situações do tipo são fiscalizadas.
Fonte: O
Popular
Comentários
Postar um comentário