sexta-feira, 27 de março de 2020

Prefeitos das cidades goianas já fazem as contas para enfrentar queda nos repasses



Os prefeitos das cidades goianas já começaram a calcular os prejuízos que o avanço da contaminação pelo coronavírus e as medidas preventivas tomadas pelo poder público devem provocar aos cofres municipais.

A principal preocupação é quanto à queda na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o que deve interferir diretamente nos repasses do Estado às prefeituras. O problema será provocado pela suspensão de parte das atividades comerciais e estaduais em Goiás pelo menos até o dia 7 de abril.

Presidente da Federação Goiana dos Municípios (FGM), Haroldo Naves (MDB) afirma que parte dos prefeitos já começa a trabalhar na reorganização das contas. Providências como a redução temporária de salários do chefe do Executivo e secretários são previstas e devem começar a ser tomadas a partir de abril. “O governo federal garantiu o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) no mesmo valor do ano passado. Mas sabemos que o ICMS vai diminuir. Serão necessárias decisões práticas, como a revisão do quadro de pessoal comissionado. Mas vale lembrar que existem municípios que não têm mais onde cortar”.

Nesta semana, o prefeito de Porangatu, Pedro Fernandes (PSDB), anunciou a redução do próprio salário e dos secretários para concentrar receita na saúde pública.

O presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Paulo Sérgio de Rezende (PSDB), diz que a maior parte das prefeituras deve ser capaz de honrar seus compromissos no mês de março. Segundo ele, as dificuldades devem vir mesmo em abril.

Aparecida

De acordo com o prefeito em exercício de Aparecida de Goiânia, Véter Martins (MDB), o cofre do município deve ter prejuízo de R$ 170 milhões neste ano por causa da crise econômica provocada pelas medidas de enfrentamento ao coronavírus. “Temos caixa para enfrentar o problema. Mas vamos deixar de fazer investimentos e obras em algum momento”.

Em Planaltina de Goiás, cidade do Entorno do Distrito Federal, o prefeito Eles Reis (PTC) afirma que a principal preocupação é com os empresários, que estão com seus estabelecimentos fechados. “O município terá problemas, mas nada comparado à população, pois temos muito autônomos.” Reis diz que está pedindo para os moradores da cidade não saírem de casa e a prefeitura restringiu a entrada de visitantes. “Temos quatro respiradores no hospital municipal. Nós precisamos evitar que a contaminação chegue aqui, porque não temos como lidar com esse problema. Não tem dinheiro”.

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) publicou nesta semana um plano de apoio emergencial aos municípios no enfrentamento ao coronavírus. Entre os pedidos estão liberação de incremento financeiro emergencial à atenção primária de saúde, adiamento do pagamento da contribuição patronal ao Regime Geral de Previdência (RGPS) e Regime Próprio de Previdência (RPPS) e antecipação do pagamento das emendas impositivas destinadas à saúde em 2020.

A reportagem solicitou à Secretaria da Economia de Goiás estimativa de qual deve ser a queda nos repasses aos municípios, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

Fonte: O Popular

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