Cerca de 80%
dos municípios goianos já publicaram decretos flexibilizando o funcionamento do
comércio e de atividades sociais e particulares. O porcentual corresponde a cerca
de 190 cidades, segundo levantamento da Associação Goiana dos Municípios (AGM).
A abertura de academias, lojas de roupas e eletrodomésticos, restaurantes e até
shoppings estão entre as principais mudanças.
Até a semana
passada, apenas estabelecimentos que comercializam produtos essenciais à vida
estavam autorizados a abrir as portas. Decreto publicado pelo governo de Goiás
no domingo (19) com novas regras de isolamento social - estratégia utilizada
contra a propagação do novo coronavírus - permitiu que os prefeitos tornassem
as restrições previstas no documento mais rígidas ou flexíveis, de acordo com a
realidade local.
Em Iporá, o
prefeito Naçoitan Leite (PSDB) liberou o funcionamento de atividades comerciais
em geral, desde que seja respeitado distanciamento social e, segundo a norma
municipal, “rigoroso cumprimento das respectivas exigências sanitárias,
mantendo higienização constante do estabelecimento para prevenir a disseminação
do coronavírus”. Diferente do decreto estadual, a norma municipal permitiu a
abertura de academias com capacidade reduzida em 50%. Padarias, cafés e
restaurantes também podem funcionar na cidade desde que apenas metade das mesas
seja ocupada por clientes.
No início de
abril, Naçoitan chegou a publicar decreto flexibilizando as atividades
comerciais na cidade, indo contra a norma estadual que estava em vigência.
Depois de intervenção do secretário de Governo, Ernesto Roller, e de
recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o prefeito
voltou atrás. De acordo com Naçoitan, cerca de 20 fiscais da prefeitura estão
trabalhando para garantir que as regras de prevenção ao coronavírus sejam
respeitadas no comércio.
Presidente
da AGM e prefeito de Hidrolândia, Paulo Sérgio de Rezende (PSDB) liberou o
funcionamento de academias e bares na cidade desde que sejam tomados cuidados
para evitar a contaminação. “Todos os empresários precisam assinar também um
documento se responsabilizando pelo funcionamento”, diz o prefeito. Segundo
Paulo Sérgio, a orientação da AGM é para que os prefeitos sigam as orientações
do Estado. “O governo lavou as mãos. Por mais que os prefeitos estejam
procurando tomar decisões embasadas em dados técnicos, se alguma coisa der
errado, o Estado deve interferir novamente”.
Ajustes
O presidente
da Federação Goiana dos Municípios (FGM) e prefeito de Campos Verdes, Haroldo
Naves (MDB), diz que, apesar de “questões pontuais” a espinha dorsal do decreto
do Estado está sendo reproduzida pelos prefeitos. “Em cidades pequenas, uma
loja de eletrodoméstico recebe três ou quatro clientes em um dia. O mesmo
ocorre em uma loja de roupa ou de brinquedo. Não existe problema em abrir
nestas cidades. Na essência, o texto do decreto tem variado pouco em diferentes
cidades do Estado.” Em Campos Verdes, Haroldo pretende editar a norma nos
próximos dias, depois que finalizar reuniões com comerciantes e líderes
religiosos.
Em
Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, o prefeito Pábio Mossoró
(MDB) autorizou o funcionamento de uma série de atividades comerciais,
inclusive a abertura de shoppings. Entre as regras está o controle de entrada
no estacionamento para que não ocorra aglomerações e ponto de apoio nas
entradas, onde a temperatura dos clientes precisa ser verificada. Se uma pessoa
apresentar febre, sintoma comum em pessoas com coronavírus, não poderá entrar
no local.
Já as
reuniões religiosas podem ocorrer uma vez por semana, conforme prevê o decreto
estadual. “Vamos acompanhar nos próximos dias. Se tivermos controle, vamos
abrir mais possibilidades a partir de maio”, pondera Pábio. De acordo com a
Secretaria de Saúde de Goiás, Valparaíso tem sete casos confirmados de
coronavírus e uma morte.
Fonte: O
Popular
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