A diferença
entre o maior e o menor preço do litro de etanol comercializado em postos de
combustíveis de Goiás é de R$ 1,71. A cidade goiana que tem o maior valor é São
Domingos, localizada no Nordeste do Estado, onde o etanol é vendido a até R$
3,79. O litro mais barato pode ser encontrado em Pirenópolis, por R$ 2,08, de
acordo com dados da Secretaria da Economia de Goiás, que divulga diariamente os
preços praticados por todos os postos do Estado que utilizam Nota Fiscal do
Consumidor. Os valores são referentes a atualização da planilha feita pela
pasta ontem às 13h38.
O maior
preço de gasolina no Estado também foi registrado em São Domingos, R$ 4,94. Já
o menor é de um posto da cidade de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do
Distrito Federal, onde o litro do combustível custava até ontem R$ 3,19. A
diferença entre os valores é R$ 1,75. Goiânia está entre as cidades com os
maiores preços de gasolina, que chega a R$ 4,61 em um posto localizado no Setor
Bueno. O menor preço do combustível na capital é de R$ 3,46, em um
estabelecimento às margens da BR-060.
O presidente
do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás
(Sindiposto), Márcio Andrade, afirma que a explicação para a ampla diferença
dos valores praticados nas cidades é de mercado: “o preço é livre”. Entre os
fatores que contribuem para a variação dos números estão, segundo Márcio, preço
de custo, quantidade de postos na região, volume vendido e aspectos econômicos
da cidade. “Em Goiânia, o IPTU é mais caro, principalmente nas regiões mais
nobres, isso faz aumentar o preço. Mas isso não é privilégio do combustível,
acontece com outros produtos também”, diz.
Outro ponto
que chama atenção é a semelhança entre os preços de venda dentro da mesma
cidade. De acordo com os dados da Secretaria da Economia, 19 postos
comercializavam ontem o litro do etanol a R$ 2,50 em Rio Verde. Em Goianésia, o
combustível custava R$ 2,79 em 10 locais. Em Aparecida de Goiânia, o preço de
R$ 2,89 foi registrado em 39 postos.
Segundo
Márcio, a questão é, mais uma vez, de mercado. “A concorrência provoca isso.
Mesmo quando os postos estão em cidades diferentes, mas na mesma rodovia,
competem entre si.” O presidente diz que o fato de os preços de combustíveis
serem divulgados com grandes placas nas ruas aumenta ainda mais a concorrência.
“O dono de outro estabelecimento não precisa entrar na minha loja para ver
quanto é meu produto. Está exposto.”
Márcio diz
que a existência de usinas de açúcar e etanol na região, como é o caso de
Goianésia, não contribui para que o preço do combustível seja menor, já que o
produto é levado para uma distribuidora e só depois vendido para os postos de
combustíveis. “O valor do frete também tem peso. Por isso, encontramos preços
altos em cidades que ficam longe da capital.”
Pandemia
Apesar da
ampla variação de preços de combustíveis no Estado, os valores estão em queda
desde que as medidas de enfrentamento à Covid-19 começaram a ser implementadas.
Goiás registrou a maior redução do País no primeiro mês de quarentena. A
mudança é consequência de Goiás ter sido um dos primeiros Estados do Brasil e
implementar medidas de isolamento social.
Levantamento
da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que
o preço do etanol caiu cerca de R$ 0,40 na bomba dos postos goianos. No caso da
gasolina, a queda foi de R$ 0,47.
O presidente
do Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de
Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, diz que, apesar de as medidas de
isolamento terem sido flexibilizadas nas últimas semanas, as usinas ainda não
sentiram aumento na demanda.
“A situação
só vai realmente mudar quando tivermos a retomada da economia. Não é apenas uma
questão do isolamento, que concordamos e apoiamos. Mas só vamos retomar mesmo
quando existir normalidade de consumo. O problema é que não sabemos nem mesmo
se os hábitos de consumo das pessoas serão os mesmos depois que essa situação
passar. A retomada deve vir mesmo a partir do próximo ano.”
No caso dos
postos, o presidente do Sindiposto diz que houve retração de 60% nas vendas nas
primeiras semanas de isolamento. Apesar de mais pessoas estarem nas ruas, a
queda em relação ao período anterior à pandemia é de 45% a 50% nesta semana.
Fonte: O Popular
Em Divinópolis a gasolina chega a R$ 4,89 |
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