A Enel
Distribuição Goiás conseguiu reverter o prejuízo que teve no Estado em 2019.
Resultado econômico-financeiro, divulgado na semana passada, mostra que a
empresa alcançou lucro líquido de R$ 134,6 milhões em 2020, apesar do impacto
da pandemia de coronavírus. Em 2019, a companhia havia registrado o primeiro
balanço negativo desde a privatização, com perda de R$ 99,7 milhões.
Houve aumento
da receita de 18,2%, ao alcançar R$ 7,116 bilhões no ano passado. Resultado que
reflete, entre outros pontos, o aumento de 9,9% no volume de energia
transportada para o segmento de clientes livres – que é aquele que pode
escolher seu fornecedor de energia em livre negociação.
O ano também
registrou incremento de 3,3% em relação à quantidade de clientes,
principalmente por conta do maior atendimento às classes residencial baixa
renda e rural. Foram investidos R$ 382,5 milhões para que novas conexões fossem
atendidas no Estado. O que segue as exigências dos acordos feitos com o governo
estadual e com a União.
Por outro
lado, o consumo de energia, devido aos reflexos da pandemia e à consequente
deterioração da atividade econômica, caiu nas classes comercial e industrial. O
que fez a venda no mercado cativo reduzir 1,6%. Por isso, o resultado total com
a comercialização e o transporte fechou estável, com avanço de apenas 0,6%.
A companhia
também investiu mais – R$ 49,1 milhões contra R$ 37,9 milhões – para combater
as perdas de energia, que reduziram em 0,86% e alcançaram o índice de 11,39%.
Além da
receita líquida ter tido melhor desempenho, a Enel conseguiu uma redução de
custos operacionais, que foi outro ponto que ajudou na melhoria do resultado econômico-financeiro.
Fez com que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
(Ebitda) da antiga Celg D chegasse a R$ 793,4 milhões, uma expansão de 86,5%
para o período de 12 meses.
A empresa
arrecadou R$ 38,2 milhões a mais com juros e correção monetária devido à falta
de pontualidade dos clientes no pagamento, montante que ultrapassou R$ 89
milhões. Beneficiou-se também de redução de encargos com dívidas (R$ 8,6
milhões) e com repactuação de Itaipu (R$ 35 milhões). Este último ponto em função
da redução da Selic no período. Fatores esses que contribuíram para uma despesa
financeira líquida menor em R$ 23,7 milhões.
Pessoal
Em paralelo,
houve redução em custos com pessoal (R$ 35,3 milhões), o que foi influenciado
até por uma menor utilização do plano de saúde dos trabalhadores, e até recuo
de R$ 11,4 milhões nos valores de provisão para contingências jurídicas, com
menor demanda de processos cíveis e trabalhistas.
Também foi
importante o recuo do valor destinado para o Fundo de Aporte à Celg D (Funac),
com R$ 362 milhões a menos que no ano anterior. O lucro da Enel poderia ter
sido ainda maior se não fosse o efeito da mudança realizada pelo governo de
Ronaldo Caiado (DEM) na legislação que trata do fundo, que fazia parte dos
benefícios oferecidos pelo Estado no contexto de venda da antiga estatal. O que
gera descontos no balanço desde 2019. Em 2020, o peso foi de R$ 74,737 milhões.
A empresa
também teve alta de 33,1% na dívida líquida por conta de novas captações
realizadas para financiar capital de giro e investimentos. Encerrou o ano com
custo médio da dívida de 4,55% ao ano. Segundo relatório da companhia,
incertezas causadas pela pandemia provocaram alterações no planejamento
financeiros que levaram a uma maior necessidade de financiamento.
Para se
precaver de qualquer necessidade emergencial de caixa, a companhia também tem
colchão adicional. Até 31 de dezembro de 2020, tinha R$ 80 milhões em limites
abertos de conta garantida para utilização em operações de curto prazo.
Adicionalmente, possui limite de mútuo com a controladora Enel Brasil de até R$
2,5 bilhões.
Fonte: O
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