O cineasta
Pedro Novaes já havia participado de cavalgadas duas vezes antes de ter a ideia
de percorrer 300 quilômetros entre Goiânia e Aruanã com uma câmera em mãos.
Numa trajetória que acompanha o movimento e a relação entre cavalo e cavaleiro,
o diretor lança neste sábado (13), o longa-metragem Unidos Contra Darwin:
Cavalo, Homem e Sertão, às 11 horas, no Cine Cultura.
Com uma
paisagem que apresenta o Cerrado e um Goiás profundo, com todas as suas
tradições e memórias, o documentário expõe a vida dos homens que percorrem
léguas num costume passado de pai para filho.
O filme
documenta uma das maiores cavalgadas do Brasil, realizada por um grupo de
amigos, durante vários anos. Ao mesmo tempo que é uma narrativa sobre o desafio
demandado pela jornada longa e dura, também reflete sobre a conexão entre homem
e cavalo, parceria evolutiva que ajudou a moldar a civilização, daí o título.
“O recorte foi pensado menos a partir da cavalgada e mais como uma tentativa de
falar do desafio interior, da necessidade de estabelecer uma relação diferente
daquela a que estamos acostumados com o tempo, a natureza e sobretudo com o
animal”, explica o diretor.
Unidos
Contra Darwin: Cavalo, Homem e Sertão se interessa mais em explorar o estado
interior dos cavaleiros. A direção é uma parceria entre Novaes e o cineasta
Benedito Ferreira, diretor do premiado curta-metragem Algo do Que Fica (2017).
Com 51 minutos, o filme sobre as cavalgadas foi rodado em 2014 com recursos da
Lei do Audiovisual e agora começa a percorrer o circuito de festivais de cinema
para posterior exibição em televisão e canais de vídeo on demand.
“O contato
entre cavalo e cavaleiro é muito complexo e por vezes paradoxal, porque exige
uma mescla de afeto e autoridade da parte do cavaleiro, da mesma forma que o
cavalo é ao mesmo tempo dócil, mas também muitas vezes insubmisso”, explica
Novaes. O ponto de vista da produção é a partir do olhar do próprio cavaleiro,
que busca em sua jornada um contato maior com o campo, a paisagem natural, a
relação com o meio ambiente e sua interação com os animais.
A cavalgada,
que cobre mais de 300 quilômetros ao longo de dez dias quase inteiramente por
estradas de terra, apresenta também um Goiás menos conhecido: ainda
profundamente rural, pobre e tradicional. “A jornada dos cavaleiros envolve não
só um desafio físico, mas também o estabelecimento de um outro ritmo interno,
mais lento e em sintonia com o meio, além desse contato com um Brasil e um
Goiás diferentes”, comenta Ferreira.
Processo
De acordo
com Pedro Novaes, a cavalgada é um desafio não só de resistência física e
psicológica, mas de aprender a se relacionar com os animais. Envolve afeto, mas
também poder e medo. “Cavaleiro e cavalo têm que se conhecer e se gostar. Um se
adapta ao jeito do outro, um cedendo de um lado, outro, de outro. Tem também
uma questão que é mesmo de personalidade. Nem todo cavaleiro se adapta a todo
cavalo e vice-versa. É um vínculo muito rico”, pontua.
Filme:
Unidos Contra Darwin: Cavalo, Homem e Sertão
Data: Sábado
(13), às 11 horas
Local: Cine
Cultura (Centro Cultural Marieta Telles, Praça Cívica , Centro)
Informações:
3201-4670
Entrada
franca
Fonte: O
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