Ministério
Público Federal em Goiás (MPF-GO) pediu a prisão preventiva de quatro
investigados na Operação Decantação, deflagrada em 2016 e que apurava desvios
de verbas na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago).
O pedido
alega que a prisão do grupo é necessária para impedir que os denunciados
continuem com atividades criminosas e evitar que influenciem servidores,
empresários e políticos na coleta de provas.
Os alvos do
pedido são Carlos Eduardo Pereira da Costa, sócio de uma das empresas
investigada; José Taveira Rocha, então presidente da Saneago; Mauro Henrique
Nogueira Barbosa e Robson Borges Salazar, ex-diretor de gestão corporativa do
órgão.
O advogado
Romero Ferraz Filho, que representa Taveira e Salazar, desse à TV Anhanguera
que o pedido de prisão deles não tem fundamento e é o mesmo de 2016. O defensor
alegou que acredita que a Justiça não irá determinar a prisão dos clientes.
A reportagem
tenta localizar as defesas de Carlos Eduardo e Mauro Henrique para comentar o
caso.
O pedido de
prisão foi expedido pelo MPF no último dia seis de dezembro. O documento
detalha que os quatro respondem por crimes contra a administração pública,
organização criminosa, fraude a licitação e lavagem de dinheiro. Taveira já
havia sido preso na deflagração da Operação Decantação, em agosto de 2016. No
entanto, foi solto do dia 29 do mesmo mês.
Ainda
conforme o pedido de prisão, apuração da Polícia Federal apontou que “empresas
de engenharia, mediante ajuste prévio, ajustavam licitações para a contratação
de obras de saneamento entre 2010 e 2016”. Ainda conforme a apuração, “os
servidores da Saneago recebiam propina” para viabilizar a operação do cartel e
as fraudes.
Ainda
segundo o MPF, José Taveira, Robson Salazar e Mauro Barbosa “associam-se a
diversas outras pessoas para beneficiar as empreiteiras com contratos
fraudados, tendo apropriado de valores ora em provento próprio, para provento
destas”. Já Carlos Eduardo é apontado como o membro responsável pela lavagem de
dinheiro “mediante a pulverização de valores e saques na ‘boca do caixa’”.
Operação Decantação
A ação do
MPF denunciou 35 pessoas envolvidas em desvios de verba da Saneago, em 2016. As
investigações apuraram que o prejuízo aos cofres públicos foi de cerca de R$
5,2 milhões. A verba desviada, segundo o MPF-GO é referente ao sobrepreço em
contrato de duas obras da Saneago, que totalizam R$ 184,7 milhões. Deste valor,
foram auditados R$ 87,7 milhões, que já tiveram pagamento autorizado. O valor
foi calculado pela Controladoria Geral da União (CGU) a pedido do MPF-GO.
Os
investigados são empresários, donos de construtoras e servidores da Saneago,
que foram denunciados por crimes como peculato, corrupção passiva, corrupção
ativa, organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraudes em processos
licitatórios.
De acordo
com a denúncia do MPF, a Saneago contratou uma empresa de assessoria, que fazia
licitações de forma a direcionar o resultado da seleção para que as vencedoras
fossem as empresas participantes da fraude. Em troca, as companhias repassavam
dinheiro em forma de propina, pagamento de dívidas de campanhas, repasse para
OS e até coquetéis feitos dentro do palácio do governo em nome do órgão.
Interceptações
telefônicas feitas com autorização da Justiça durante a Operação Decantação,
obtidas pela TV Anhanguera, mostram que dívidas de campanhas eleitorais foram
pagas com verba da Saneago. O governador Marconi Perillo (PSDB) é citado em
alguns diálogos.
No dia 26 de
agosto, o governador afirmou que não está sendo acusado de nada e que não há
"um centavo" que possa estabelecer "qualquer nexo" entre o
Governo de Goiás, a campanha do PSDB e recursos Saneago.
Fonte: G1
Comentários
Postar um comentário