Pais de
cerca de 60 alunos do ensino fundamental da comunidade quilombola Tinguizal
Kalunga relatam que os filhos estão sem aulas presenciais e on-line há quatro
meses por conta da falta de professores, em Monte Alegre de Goiás, no nordeste
do estado.
Os moradores
contam que as aulas pararam no final do ano passado e, após as férias, não
retornaram. Eles também explicam que, desde antes, quando havia atividades
virtuais, muitos alunos não conseguiam acompanhar pela falta de internet na
comunidade. Luciene da Silva é mãe de uma aluna do primeiro ano e conta as
dificuldades dos estudos.
“Tenho uma
filha também matriculada na escola. Devido à pandemia, estávamos solicitando
primeiramente as aulas a distância com atividades impressas. Pois a internet da
comunidade não é tão boa nem todas as crianças têm acesso tecnológico”, disse a
mãe.
Valdeni
Rodrigues é pai de outro aluno e relata que as atividades só voltaram a ser
entregues na terça-feira (11), após a reclamações da comunidade.
"Estavam
sem atividades desde o início do ano. Esta semana, depois da mobilização dos
pais, eles já estão entregando as tarefas aos estudantes. Para as crianças só
funcionam as atividades impressas devido à internet não ser boa",
explicou.
Falta de
professores
Segundo o
diretor das escolas Kalungas, Rodrigo Ribeiro Coelho, as aulas presenciais não
puderam ser retomadas por conta de determinações de prevenção ao coronavírus no
município. Ele explica que as atividades impressas voltaram a ser entregues e
que a distribuição havia sido interrompida por problemas na contratação de
professores, pois o regimento interno do local exige que os profissionais sejam
da própria comunidade.
Sobre as
aulas on-line, o diretor disse que apostilas estão sendo entregues aos alunos,
já que apenas um professor está atuando na região. Ao todo, são 56 alunos
matriculados em seis escolas. Ainda de acordo com o diretor, dez profissionais
estão em fase de contratação pela Secretaria Municipal de Educação.
“Na
comunidade só tem um professor efetivo. As escolas são distantes, a que fica
mais próxima da outra fica a 5km, algumas chegam a ter até 25 km de distância.
Já estamos contratando dez professores, conseguimos com o jurídico um contrato
emergencial. Estamos com uma força tarefa para repor os dias. Os alunos do 1°
ao 5° não vai ficar no prejuízo”, explicou o diretor.
A reportagem
entrou em contato com a prefeitura, por telefone e por e-mail às 10h18 desta
quinta-feira (13), a fim de saber se o município tem feito algo para melhorar o
acesso à internet na comunidade e se existe previsão de retomada das aulas
presenciais, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem.
Fonte: G1
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