Com tema
“Governabilidade no País e prioridades para a próxima década”, evento
organizado por entidade que implementa parcerias entre setores público e
privado avalia construção de via ao centro enquanto alternativa à polarização
entre direita e esquerda. Pré-candidatos à Presidência da República,
governadores Eduardo Leite (RS), João Doria (SP) e ex-ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, citam mês de abril como prazo para escolha de nome comum
para representar terceira via. “A sociedade não aguenta a pulverização. Nós
demos um passo importante”, destaca Caiado ao mencionar lançamento, no dia
anterior, do novo partido, o União Brasil, resultado de fusão do DEM com PSL
“Dono da
verdade não vai mais dar conta de ganhar a eleição”, afirmou o governador Ronaldo
Caiado, ao avaliar o futuro pleito presidencial, durante o 14º Encontro de
Líderes da Comunitas, entidade que faz a ponte entre setores público e privado,
realizado em São Paulo, na noite desta quinta-feira (07/10). No painel com o
tema “Governabilidade no País e prioridades para a próxima década”, o debate
girou sobre a construção de uma via ao centro para o próximo embate eleitoral
enquanto alternativa à polarização entre extremas direita e esquerda.
Os presentes
saudaram a criação do União Brasil, legenda que nasce da fusão do Democratas
(DEM) e do Partido Social Liberal (PSL) como um marco nesse processo. Os
presentes defenderam que o próximo estágio do Brasil deve ser marcado pelo
equilíbrio e pelo diálogo. Na primeira parte das discussões, Caiado abordou
avanços nos programas de meio ambiente no Estado.
Participaram
do painel a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, os
pré-candidatos à Presidência da República, governadores de São Paulo, João
Doria, do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite e o ex-ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, além do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. O
evento foi mediado pelo jornalista Fábio Zambeli. Durante o evento foi citado o
mês de abril como prazo para a escolha de um nome para representar a terceira
via no pleito do próximo ano.
Caiado citou
a experiência em Goiás, onde estabeleceu diálogo com todos os poderes e a
sociedade civil organizada, enquanto mecanismo para alcançar conquistas. “Hoje,
você precisa ter espírito público e coragem de enfrentar e combater as
desigualdades regionais, o que não é fácil”, disse.
O governador
falou ainda sobre a estrutura partidária brasileira. “A sociedade não aguenta a
pulverização. Nós demos um passo importante”, destacou ao mencionar o
lançamento, no dia anterior, da nova legenda política, o União Brasil, fusão
entre o DEM, sigla de Caiado e Mandetta, e o PSL. A estrutura já nasce com a
maior bancada na Câmara Federal, com 82 deputados, além de quatro governadores,
oito senadores e mais de 500 prefeitos.
Caiado
ressaltou a necessidade de foco em estratégias que garantam o avanço social e
econômico e disse que cresce o anseio da população pelo atendimento de
prioridades que conduzam o Brasil para um futuro promissor. “O eleitor percebe
que o candidato fala mais com olhos do que com a boca”, afirmou.
Ele avaliou
ainda a importância de debates, bem como da soma de esforços para a realização
dos trabalhos em prol da sociedade e da economia. “A esquerda só vai poder
voltar se formos totalmente incompetentes e tomados de uma vaidade ímpar”,
sinalizou.
Ainda em sua
participação, destacou os avanços para conciliar o desenvolvimento econômico e
a conservação ambiental. “Nós somos o ‘player’ maior no mundo hoje. A
agricultura e a pecuária cresceram em tecnologia”. E reiterou o compromisso com
normativas, como o Código Florestal. “Temos cumprido nossa tarefa, tanto é que
Goiás é referência”, defendeu.
Também
participante do painel, a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia,
foi instigada a falar sobre a interface da Corte com o tema governabilidade.
“Não seria razoável cogitar-se que o Poder Judiciário faça o oposto do que é a
finalidade para a qual ele se dá”, declarou ao mencionar o objetivo de guardar
a Constituição Federal na sua integridade e manter a harmonia entre os Poderes.
“Não há a menor dúvida da capacidade brasileira”, apontou ao mencionar a
segurança e a transparência do processo eleitoral brasileiro.
Integrante
do União Brasil, que ainda precisará de formalização junto ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) para seu estabelecimento, Luiz Henrique Mandetta analisou o
momento atual nacional. “O maior fator político deste ano aconteceu ontem. A
maior ferramenta política foi a fusão DEM-PSL”, frisou. “Quantos partidos
políticos cabem nos campos ideológicos? Nós não chegamos a dois dígitos. O
resto é invenção”, avaliou ao falar sobre a fragmentação partidária no Brasil.
“Nós vamos atravessar essa década depurando e colocando as coisas no seu devido
lugar”, projetou.
Gestor da
área da saúde no início da pandemia de Covid-19, que já deixou cerca de 600 mil
mortos pelo País, Mandetta falou que a saúde representa o pacto federativo mais
“forte e exemplar” que há no País. “A saúde consegue uma governança e
governabilidade suprapartidária pelo o que impõe: estamos discutindo a vida.
Vida acompanhada de desafio ético”, ponderou.
O governador
do estado anfitrião da roda de conversa, João Doria corrobora com a ideia de
Caiado de convergência e diálogo. “O Brasil está acima dos nossos nomes, está
acima mesmo dos nossos partidos. Capacidade de integrar, de dialogar, ter
humildade, discernimento, olhar pelo Brasil, antes de olhar a si próprio e
antes de olhar ao seu próprio partido”, defendeu ao mencionar a disputa
eleitoral.
Outro gestor
do Executivo, o gaúcho Eduardo Leite também sustentou um discurso contrário à
personalização para construção de uma via política. “No tempo certo, as pessoas
vão conhecer as candidaturas e os projetos, estes que são verdadeiramente
importantes. Não pode haver convergência sobre nomes e sim sobre agendas, sobre
o Brasil”, assinalou. O governador também falou sobre a necessidade de
consolidar um cenário favorável para realizar reformas. “A criação desse
ambiente político e a liderança do governante são indelegáveis”, afirmou.
Distante dos
holofotes da política desde 2018, quando concluiu seu terceiro mandato como
governador do Espírito Santo, Paulo Hartung levou ao encontro parte da
experiência como gestor e apresentou caminhos que considera preponderantes para
o avanço do Brasil. “Governar é um ato de buscar sustentação na sociedade e nas
instituições. É um ato muito mais complexo do que administrar uma corporação
privada”, defendeu ao apontar que todo governo, a partir de 2023, terá que
repactuar pontos como a reorganização da gestão orçamentária.
Sobre os
caminhos para a convergência política no cenário futuro, Hartung destacou a
atuação de Caiado na fusão do DEM e PSL. “Quero parabenizar Caiado,
representante do DEM. Estamos vendo o início de um processo de diminuição do
número de partidos no nosso país. O que vai ajudar a governabilidade”. Hartung
se embasou nos anos de experiência para afirmar que a fusão atende ao
“interesse do Brasil”. “Precisamos derrubar dois muros: o das vaidades e dos
projetos pessoais”, disse.
Ações
estratégicas
A Comunitas
é uma organização da sociedade civil especializada em modelar e implementar
parcerias sustentáveis entre os setores público e privado, em busca de maior
impacto do investimento social, com foco na melhoria dos serviços públicos e,
consequentemente, da vida da população. Em sua 14º edição, o fórum trouxe o
tema principal “Convergência e Crescimento, o Caminho Brasileiro”, com o
objetivo de fortalecer um pacto coletivo para o avanço social e econômico do
Brasil.
A abertura
do evento foi feita pela diretora da Comunitas, Regina Esteves, e pelo diretor
do Grupo Iguatemi, Carlos Jereissati. Ambos expuseram que essa edição do
Encontro marca a volta do público presencial, com testagem ampla e protocolos
de segurança. Segundo Jereissati, o propósito do evento é unir boas lideranças
e forças para desenvolver o país e melhorar a vida dos brasileiros.
A
programação contemplou ainda temas como “Governança Compartilhada e Impacto
Socioambiental” e “Desafio do Crescimento: o Papel do Estado e Iniciativa
Privada”. Houve ainda os lançamentos das publicações “Jornada de Formação para
Novos Prefeitos” e “Mapa da Contratualização de Serviços Públicos no Brasil”.
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