O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Tocantins,
Mauro Carlesse (PSL), por 6 meses, em uma investigação sobre suposto pagamento
de propina e obstrução de investigações.
A decisão de
afastamento do governador é do ministro Mauro Luiz Campbell e será submetida ao
pleno da Corte do STJ, que pode mantê-la ou revogá-la, ainda nesta quarta-feira
(20).
O Palácio
Araguaia informou que não sabe se o governador foi notificado da decisão de seu
afastamento.
A Polícia
Federal faz buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram
apreendidos dois veículos do governador e levados para a sede da PF em Palmas.
Além do
governador, também há mandados de busca e apreensão contra secretários
estaduais, dentre eles Cristiano Sampaio, titular da Secretaria de Segurança
Pública do Tocantins (SSP), que também teve seu afastamento do cargo
determinado pelo STJ.
Segundo a
PF, as buscas fazem parte de duas operações complementares que investigam
pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais e
obstrução de investigações, além de incorporação de recursos públicos desviados
ao patrimônio dos investigados.
Conforme
apuração da TV Anhanguera, a investigação, até o presente momento, estima que
cerca de R$ 44 milhões de reais tenham sido pagos a título de vantagens
indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras
empresas no esquema ainda está sendo investigada.
Segundo nota
da Polícia Federal, as investigações começaram há cerca de dois anos e
"reuniram um vasto conjunto de elementos que demonstram um complexo
aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de
diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados". A
PF também informou que as equipes chegaram a Palmas em um avião da FAB para
evitar vazamento de informações.
‘Lei da
mordaça’
A Polícia
Federal ainda não detalhou as irregularidades que levaram à decisão do
afastamento de Mauro Carlesse do governo estadual. Em 2019, o governador
assinou um decreto que ficou conhecido como "lei da mordaça", que
proíbe delegados da Polícia Civil de criticar autoridades públicas em
entrevistas ou divulgar nomes de pessoas investigadas em operações policiais.
A medida foi
tomada após uma série de atritos entre a Polícia Civil do estado e o Palácio
Araguaia. O conflito começou após o governo exonerar delegados que investigavam
políticos próximos ao governador de cargos em delegacias regionais.
Fonte: G1
Comentários
Postar um comentário