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Taxa extra na conta de luz não será suficiente para bancar térmicas, dizem distribuidoras


As distribuidoras de eletricidade brasileiras alertaram o governo que a bandeira tarifária de escassez hídrica, implementada em setembro, não está sendo suficiente para cobrir a elevação de custos dos combustíveis usados pelas térmicas do país.

A questão está sendo analisada pelo governo, disse nesta quarta-feira (13) a secretária executiva do MME (Ministério de Minas e Energia), Marisete Pereira. Ela descartou, porém, novo reajuste na taxa extra sobre a conta de luz, que passou de R$ 9,49 para R$ 14,20 por cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.

Pereira disse que, segundo as distribuidoras, as projeções de gastos com térmicas até o fim do ano foram frustradas pela elevação das cotações do gás natural e do óleo diesel, combustíveis usados para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas brasileiras.

Assim, as empresas pedem recomposição dos impactos financeiros provocados pelo descasamento entre os valores que recebem do consumidor e os montantes que têm que desembolsar para pagar pela energia. A questão será analisada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

"O que sabemos, pelo que as distribuidoras nos trouxeram, é que a bandeira de escassez hídrica não será suficiente para a cobertura de todos os recursos que utilizamos para a segurança energética", disse Pereira, em entrevista após o Enase (Encontro Nacional do Setor Elétrico). "Os preços dos combustíveis estão subindo muito."

Na última sexta (8), por exemplo, a Aneel autorizou a elevação dos custos de geração de energia de três térmicas no país para repasse do aumento dos preços dos combustíveis no Brasil e no exterior.

Movida a gás natural, a térmica Araucária, no Paraná, passará a receber R$ 2.553,20 por MWh (megawatt-hora) gerado, se tornando a usina mais cara do país. As térmicas Potiguar 1 e 3, a óleo diesel, tiveram seus preços alterados para R$ 1.379,89.

Antes, a usina William Arjona, no Mato Grosso do Sul, também já havia tido autorização para aumentar o preço de venda da energia, também sob o argumento de que precisava repassar elevações no preço do gás natural.

A secretária do MME não quis detalhar que medidas estão sendo consideradas, alegando que o tema ainda está sendo estudado. Mas disse que não há expectativa de reajuste no valor da bandeira de escassez hídrica, que vai vigorar até abril.

"Vai aumentar a tarifa de energia? Isso não está ainda no cardápio que a gente está analisando", afirmou. "A bandeira [de escassez hídrica] se iniciou em setembro e vigora até abril de 2022. Em maio, a Aneel vai definir o novo patamar de bandeira tarifária."

A elevação dos custos das usinas pressiona ainda mais a tarifa de energia em meio a um cenário de inflação de dois dígitos e mercado de trabalho ainda sofrendo os efeitos da pandemia. A fatura é dividida entre todos os consumidores de eletricidade do país.

O gás natural bateu recorde histórico na semana passada, respondendo à elevação da demanda na Europa e na China em meio a uma crise global de oferta de energia, que também levou o carvão a patamares recordes.

O petróleo, por sua vez, vem operando acima dos US$ 80 por barril, nos maiores patamares desde 2018. Há duas semanas, a Petrobras elevou o preço do óleo diesel em 8,9%, mas ainda não conseguiu eliminar a defasagem em relação ao mercado internacional.

Com a seca sobre os reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras, as térmicas respondem atualmente por cerca de um quarto da geração de energia no país, o que justificou a adoção da bandeira de escassez hídrica.

Segundo cálculos da CCEE (Câmara Comercializadora de Energia Elétrica), o custo dos combustíveis para essas usinas já soma R$ 28 bilhões desde que elas começaram a ser acionadas para enfrentar a crise atual, há um ano.

O presidente do conselho de adminstração da CCEE, Rui Altieri, diz que a contratação das térmicas foi importante e conseguiu poupar 18 pontos percentuais no nível dos reservatórios das hidrelétricas, mas defende que o governo busque usinas mais eficientes.

"Precisamos de térmicas, elas são fundamentais, mas têm que ser mais eficientes, mais baratas", afirmou. "Não é razoável estar operando com térmicas a óleo diesel."

O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Carlos Ciocchi, repetiu nesta quarta que não vê possibilidade de racionamento de energia este ano. Segundo ele, as medidas adotadas pelo governo e a chegada das chuvas já vêm dando resultados no enfrentamento da crise energética.

Ele disse, porém, que a situação de 2022 ainda merece atenção e defende a manutenção da operação das térmicas. "Não vemos risco de racionamento nenhum em 2021, mas todas as medidas adotadas devem ser mantidas para temos situação mais confortável em 2022."

Fonte: FolhaPress

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