São 13h45 da
quinta-feira (14/5) e Ronaldo Caiado acaba de sair da Comissão de Relações
Exteriores. Após horas sabatinando os então candidatos a representantes do
Brasil na França e na Organização de Estados Americanos (OEA), o goiano segue
para o gabinete de número 21.
Ao contrário
da maioria dos senadores que participou da sabatina, Caiado foi um dos únicos
que permaneceu na sala durante todo o tempo. Enquanto Gleisi Hoffmann (PT-PR)
insistia para que a votação acontecesse logo e Edison Lobão (PMDB-MA)
conversava com aliados, o líder do Democratas questionava a atuação do
Itamaraty durante os 12 anos do governo do PT e punha em xeque as credenciais
de um dos sabatinados.
Após o fim
da comissão — quando os nomes foram aprovados –, Caiado recebe informações de
alguns assessores e vai almoçar. Nada de restaurante, o prato é servido no
gabinete mesmo. Visivelmente cansado, ele se desculpa pelo pouco tempo e
explica que voltaria para Goiânia ainda naquele dia para participar da Exposição
Agropecuária da capital.
Sobre a
mesa, abarrotada de processos e documentos, também era possível ver o fatídico
livro do ex-presidente Uruguaio, Pepe Mujica — no qual este sugere que Lula
(PT) tinha conhecimento do Mensalão.
Já no sofá, o democrata começa a entrevista
falando sobre os compromissos em Goiás, que estão atrasados. “Como a sobrecarga
aqui em Brasília está muito grande, e a crise tem piorado a cada dia, este
momento tem exigido muito da oposição. E como somos poucos ante a base do governo,
trabalhamos sobrecarregados”, justifica.
Para tentar
barrar o poder do Palácio do Planalto no Congresso, Caiado conta que os
oposicionistas têm que se desdobrar para conseguir estar em todas as comissões.
“Como várias matérias são terminativas nas próprias comissões, a carga de
trabalho é muito maior do que na Câmara, por exemplo”, conta.
Nos pouco mais de dois meses de Senado, o
goiano tem se destacado nacionalmente pelas duras críticas ao governo Dilma
Rousseff (PT) e pelos posicionamentos firmes. Não raro vê-lo rodeado de
repórteres nacionais.
Mesmo com a
postura oposicionista firme — tida, inclusive, como a mais coerente entre os
colegas –, Caiado mantém boa relação com parlamentares de partidos aliados ao
Planalto, como o PSD, o PP e o PMDB. “Ele não leva nada para o lado pessoal.
Combate o bom combate no campo das ideias, mas fora da tribuna é respeitoso com
os pares”, confidenciou um senador do PDT.
Atualmente,
o goiano anda bem próximo da senadora Ana Amélia (PP-RS), dos tucanos Aloysio
Nunes (SP) e Aécio Neves (MG), do pedetista Reguffe (DF) e do pessebista
Romário (RJ) — por quem é chamado constantemente de “peixe” e de quem recebe
várias relatorias pelo carinho mútuo –, além de estar sempre articulando com o
companheiro de partido, o goiano Wilder de Morais, e ser amigo do peemedebista
Moka (MS) e do petista Jorge Viana (AC) — com os quais está sempre “quebrando o
pau”.
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