Pular para o conteúdo principal

Como vive a deputada federal Magda Mofatto – a mais rica da Câmara




Nascida em Limeira, São Paulo, a deputada federal Magda Mofatto (PR-GO) – a mais rica da Câmara, com patrimônio de R$ 21 milhões – administra hoje negócios milionários em Caldas Novas, cidade conhecida pelas águas termais e por parques aquáticos e por ser um dos destinos turísticos mais procurados do Centro-Oeste.

Na cidade goiana, ela é dona de um império imobiliário, que inclui a administração de 11 condomínios, parques temáticos, dois hotéis e uma construtora própria para erguer edifícios na cidade. Foi vereadora do município por três vezes e prefeita cassada, em 2007, por compra de votos.

Dentro de seu Range Rover, de óculos escuros e os cabelos presos, Mofatto apresentou a cidade a reportagem da Época durante um tour de quase quatro horas, com a devida pausa para o almoço, para que todos os seus negócios fossem apresentados. “Esse condomínio, eu construí”; “esse também”; “aquele prédio está quase acabando de ser construído”, dizia a cada parada. “Essa calçada, eu que fiz, o prefeito não faz nada, um absurdo”; “aquele outro condomínio, eu também fiz.”

Com o passo apressado, a deputada caminhou por suas propriedades e foi reconhecida por funcionários e habitantes da região. Ao sair do Jardim Japonês, ponto turístico também construído por ela, foi apontada por um grupo de adolescentes: “Olha, é a Madga, é a Magda”. “Você viu? Aqui é assim”, disse ela. Ao entrar em cada um de seus condomínios, dirigia a mesma pergunta aos funcionários: “Quantos anos de casa?”. A resposta oscilou de cinco a 30 anos.

Parte dos negócios da deputada foi batizada com a redução “Roma”, junção de Rodolfo, seu antigo “namorido”, e Magda. Ela disse que seu primeiro empreendimento, um hotel, foi feito na casa do ex-companheiro, mas resolveu manter a marca até hoje. “As pessoas dizem que me aproveitei do dinheiro dele, mas fiz tudo sozinha”, registrou. Apesar de manter o selo para os negócios, Mofatto insinuou, em tom de galhofa, que a denominação é fonte de dor de cabeça, pois o atual “namorido” tem ciúmes.

Trata-se de Flávio Canedo, presidente do PR em Goiás, a quem Mofatto confiou sua articulação política. Em espaço contíguo a um de seus hotéis, em terreno arborizado, fica o escritório político da deputada. Lá, recebe vereadores, deputados e faz reuniões para traçar a estratégia de campanha. Canedo participa dos encontros e comanda as tratativas.

O presidente do PR e “namorido” de Mofatto foi condenado por tortura em primeira instância. Em 2002, no mesmo Jardim Japonês, em Caldas Novas, Canedo e mais duas pessoas teriam torturado Frederico Daniel de Carvalho. Os três suspeitavam que ele tivesse roubado uma espingarda. Para arrancar uma confissão e recuperar a arma, golpearam a vítima nas costas com um porrete de madeira. Depois, sua cabeça foi submersa em uma bacia com água, além de amarrarem sua língua com um cordão fino e puxarem. Conseguiram a confissão.

Mofatto atribuiu a abertura do processo a “perseguição política”. Reconheceu que de fato houve o roubo, mas alegou que Canedo “não estava presente” no momento do ato de vingança. Ainda não houve nenhuma punição porque o caso se arrasta no Judiciário. Depois de ir para o Tribunal de Justiça de Goiás, retornou à Comarca de Caldas Novas, segundo o Ministério Público.

Mofatto e Canedo são companheiros, mas moram em casas separadas. No terreno de Canedo, às margens do Lago Corumbá I, estão estacionados os dois helicópteros de Mofatto e o barco La Dolce Vita, com capacidade para 45 pessoas. Na propriedade, os equipamentos possantes dividem espaço com pavões, macacos-prego e gatos.

Não é tão harmônico quanto pode parecer. Apesar da paisagem exuberante e da fauna exótica, os primatas insistem em roubar comida e objetos. Os pavões, para infortúnio do casal, adotaram um local inapropriado para defecar: o La Dolce Vita. Mofatto tem licença para pilotar e costuma ir a Brasília de helicóptero, trajeto de uma hora. Para abastecer a aeronave, usa o dinheiro da cota parlamentar, uma despesa permitida pela Casa. Em abril, por exemplo, a Câmara pagou R$ 1.931,20 em querosene de aviação para a deputada.

Como parlamentar, Mofatto tem atuação discreta. Faz poucos discursos em plenário e concentra seus esforços nas pautas de geração de emprego e segurança pública. Com a escalada da violência no país, o segundo tema ganhou mais importância para seu mandato.

Mofatto disse que, antes de aderir a Bolsonaro, votou em Lula nas duas vezes em que o ex-presidente foi eleito. Segundo ela, foi fundamental a garantia de estabilidade dada por José Alencar, o ex-vice-presidente filiado ao PR, por quem tinha apreço. Ela disse que não engoliu, porém, o “desrespeito” dos governos petistas pelo resultado do referendo de 2005, no qual o “não” ao desarmamento saiu vencedor com 63% dos votos. “O governo desarmou a população, mas não consegue desarmar o bandido”, desabafou.

Clique aqui e veja também: As armas e os gostos da bolsonarista Magda Mofatto, a deputada (oficialmente) mais rica do Congresso.

Fonte: Época

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De São Domingos-GO: Um ano após enterrar a mãe sozinho, Zé Ricardo morre com 80% do corpo queimado

O homem que viralizou na internet após velar e enterrar a mãe sozinho, no ano passado, morreu neste domingo (12), no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, após ter 80% do corpo queimado. José Ricardo Fernandes Ribeiro, conhecido como Zé Ricardo, natural de São Domingos, no nordeste goiano, teria sido atacado na quitinete em que morava, no Conjunto Estrela do Sul, na última sexta-feira (10). Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Segundo o dono da quitinete em que José Ricardo morava, os vizinhos perceberam que havia fogo no local e acionaram o socorro. A vítima foi resgatada por equipes do Samu e Bombeiros, e transportada para o hospital de helicóptero. A autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas. José Ricardo vivia sozinho e seu único familiar é um filho de 19 anos que mora na cidade de São Domingos, e com o qual não mantinha contato, conforme infor

Preso trio suspeito de latrocínio em mambaí/GO. Os três são acusados de matar o professor Fabio Santos e o taxista Raimundo Francisco

Professor Fabio Santos  Trio de suspeitos O professor Fábio Santos que estava desaparecido desde o último sábado (05), foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (08), em Mambaí, no nordeste goiano. Ainda havia esperanças de que o professor pudesse estar vivo, mas as esperanças acabaram nesta manhã. O corpo do professor estava enterrado no setor Novo Mambaí. De acordo com as informações, o professor Fabio Santos foi vitima de latrocínio. O trio de suspeitos de participar do crime, foram presos por volta das 05h00 desta terça-feira em Luis Eduardo Magalhães, no oeste baiano. João Pereira, de 19 anos, e os menores D.S. N.L e G.J., são os principais suspeitos também de ter torturado e matado o taxista Raimundo Francisco Dourado, de 53 anos, a pedradas, pauladas, ainda passaram o carro que eles estavam por cima da vítima, além de roubar vários pertences do mesmo e o carro, eles também são acusados de matar e enterrar no quintal da residência do mesmo, o prof

Morador de Campos Belos-GO morre em acidente com moto na GO-118

Um morador de Campos Belos, nordeste do estado, morreu ao cair de uma motocicleta, quando voltava de Brasília, na última sexta-feira (8). Ele trafegava pela rodovia GO-118, próximo à cidade de São João da Aliança, no nordeste do estado, quando caiu do veículo. Ronisson de Sousa Celestino tinha 28 anos e somente foi achado no sábado, por um homem que viu o corpo e a moto caídos nas margens da rodovia. De acordo com uma amiga da vítima, ele morava em Campos Belos, mas estava sempre no assentamento Marcos Lins, onde trabalhava com seu pai. Não se sabe ao certo o que ocorreu para ele ter perdido controle do veículo, de forma fatal. Só a perícia da Polícia Civil poderá desvendar a dinâmica do acidente e a morte dele.