Padre Robson disse que morte de advogado da Afipe que teria participado de subornos seria ‘uma benção’, aponta investigação
Novos áudios
encontrados no celular do padre Robson de Oliveira, que era investigado por
desvio de dinheiro na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade,
mostram quando o padre diz que a morte de um advogado da Afipe, envolvido em
esquemas de suborno, seria conveniente a ele. Na mensagem, obtida com
exclusividade pelo Fantástico, o padre diz: “Se o senhor pudesse matar ele pra
mim eu achava uma benção”.
Padre Robson
era investigado na Operação Vendilhões. O processo que investiga as supostas
irregularidades está interrompido pela Justiça. O Ministério Público já
apresentou recurso no Superior Tribunal de Justiça, mas ele ainda não foi
analisado.
Os áudios
mostram a participação de Padre Robson em um possível esquema de lavagem de
dinheiro, organização criminosa e outros delitos. Segundo os investigadores,
todos os áudios exibidos neste domingo (21) passaram por perícia técnica, que
comprovou serem mesmo do padre.
Os áudios
estavam em HDs, computadores e no celular do padre - material que foi
apreendido em agosto de 2020, durante a operação do Ministério Público.
Impasse
na Justiça
Em outubro,
a Justiça tinha determinado que as investigações deveriam ser interrompidas por
entender que não estavam presentes no processo os crimes apontados pelos
promotores. No entanto, em 4 de dezembro, a decisão do presidente do Tribunal
de Justiça de Goiás autorizou a retomada da apuração.
Dez dias
depois, outra sentença, desta vez dada pelo desembargador do TJ-GO Leobino
Chaves Valente, voltou a determinar o bloqueio do mesmo processo. Em 17 de
dezembro, uma sentença do Superior Tribunal de Justiça reforçou a decisão do
magistrado.
O Ministério
Público chegou a denunciar o padre ou outras 17 pessoas por organização
criminosa e lavagem de dinheiro.
Os
promotores de Justiça afirmam que o padre comandava uma organização criminosa e
transferia grandes valores para empresas, com o objetivo de utilizar o dinheiro
das entidades religiosas criadas por ele como seu, sem prestar contas nem se
submeter às regras associativas.
Fonte: G1
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