Interior recorre a Goiânia para casos graves de Covid-19; quantidade de pacientes graves internados na capital aumentaram em 94,28%
A quantidade
de pacientes graves com Covid-19 do interior de Goiás internados na capital
aumentou em 94,28% no mês de fevereiro comparado a janeiro de 2021. No total,
foram 35 internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) no primeiro mês do
ano, contra 68 em apenas 23 dias de fevereiro.
Estes são os
pacientes que solicitaram leitos à Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), mas
que acabaram sendo atendidos em hospitais da rede municipal. No total, a média
diária de internações de pacientes que não são da capital saltou de 1,12 em
janeiro para 2,95 em fevereiro. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde
de Goiânia (SMS).
No início da
tarde de quinta-feira (25), a SES-GO contava com 390 leitos de UTI, dos quais
356 estavam em utilização. No total, a taxa de ocupação chegou a 94,43%, com 13
leitos bloqueados e apenas 21 disponíveis. Ao mesmo tempo, três cidades que estão
acolhendo os pacientes que passam pela regulação estadual, somavam 66
internações deste mesmo perfil. Em Rio Verde, no Sudoeste goiano, eram 22; em
Aparecida de Goiânia, 6 e na capital, outros 38.
Comorbidades
Desde o
início da pandemia, a rede municipal de Goiânia começou a receber pacientes da
rede estadual que tivessem comorbidades ou casos mais complexos de Covid-19. O
objetivo era trabalhar de forma conjunta, regulando casos com princípios
técnicos de complexidade que só estavam disponíveis na capital. No dia 28 de
janeiro, entretanto, o governador Ronaldo Caiado se reuniu com representantes
do município, em meio a um aumento de demanda por leitos do Estado. Na ocasião,
Caiado buscava outros municípios para ampliar o trabalho conjunto.
Dados da SMS
Goiânia apontam que na quinta-feira (25), 30,4% dos leitos de UTI do município
eram ocupados por infectados que passaram pela regulação da SES, o que
corresponde a 38 pessoas. O POPULAR tentou falar com o secretário de Saúde de
Goiânia, Durval Pedroso, mas não obteve resposta.
Na
sexta-feira (26), o número de UTIs Covid-19 em Goiás disponibilizadas pela
SES-GO era ainda maior que no dia anterior: 407 (veja quadro). Ainda assim,
seriam insuficientes para atender os pacientes vindos do interior do Estado
porque apenas 28 estavam disponíveis.
Titular da
SES, Ismael Alexandrino pontua que mais de 100 leitos foram abertos nas últimas
duas semanas e que todos lotaram rapidamente. No Hospital de Campanha para
Enfrentamento do Coronavírus (HCamp), em Goiânia, 98 pacientes estavam
internados nesta quinta-feira (26) em UTIs. Destes, 40 da capital e 58 vindos
do interior. Ainda há, segundo o secretário, alguma capacidade de expansão, que
ocorrerá em Ceres e Uruaçu nos próximos dias.
“Nosso
quantitativo de leitos críticos na segunda onda é maior que na primeira, que,
por sua vez, era mais do dobro do início da gestão. O cenário atual da pandemia
é crítico no Brasil, em absolutamente todos os Estados e também em Goiás. No
entanto, com o ritmo de disseminação que está ocorrendo, o aumento de leitos
somente não é suficiente, urge adotar medidas restritivas para frear a
disseminação. As novas cepas têm mostrado que transmitem mais rapidamente e
agravam pessoas jovens e de forma rápida. A restrição precisa atingir todas as
esferas: Estado, prefeituras, população. Negar a necessidade de medidas
restritivas neste momento é assumir o risco de colapso e, consequentemente,
óbitos potencialmente evitáveis”, diz.
Fonte: O
Popular
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