O
ex-governador Marconi Perillo tem problemas sérios, sobretudo na Justiça, e
corre o risco de se tornar inelegível, inclusive já para a disputa de 2022.
Entretanto, tem uma história política em Goiás, pois foi secretário do governo
de Henrique Santillo, no final de década de 1980, deputado estadual, deputado
federal, governador (por quatro vezes) e senador.
José Eliton
não tem, a rigor, uma história política. Nunca disputou nem mesmo mandato de
vereador (e, mesmo estando no governo, não conseguiu eleger o pai para prefeito
de Posse, cidade do Nordeste goiano — o que prova sua fragilidade política como
“líder”). Tornou-se vice-governador de Marconi Perillo — por indicação do
partido Democratas do hoje governador Ronaldo Caiado. Ao sair para disputar mandato
de senador, Marconi Perillo deixou o governo para José Eliton.
No poder,
José Eliton se comportou de maneira arrogante, como se estivesse governando
Goiás a partir de alguma nuvem — distante da Terra. É o que um líder do PSD
chama de “político nefelibata”, pois sequer parece entender que o poder de um
governante é transitório. Deputados estaduais e federais e prefeitos, além das
demais lideranças, eram tratados com menosprezo tanto por ele quanto pela
equipe de amadores que o cercava.
Ao término
do governo, desapareceu, alegando que iria “advogar”. Os liderados de antes
ficaram a ver navios — com Marconi Perillo em São Paulo, trabalhando como
executivo ou lobista da CSN e preocupado com seus próprios interesses, e José
Eliton “desaparecido”, no seu escritório ou na sua fazenda, também cuidando de
seus interesses.
Agora, a
situação do PSDB é esta: “Não tem tu, vai tu mesmo”. O presidente do PSDB,
Jânio Darrot — político competente (elegeu o sucessor em Trindade, Marden
Júnior) —, desistiu de comandar o partido. Até porque não aceita dirigir um
partido que mantém uma espécie de dirigente informal — Marconi Perillo, que
opera, nos bastidores, por intermédio de Vivaldo Guimarães. Então, na falta de
um presidente — ninguém quer comandar o partido —, o verdadeiro mandachuva,
Marconi Perillo, convocou José Eliton para se tornar presidente da legenda.
O fato é que
Marconi Perillo quer José Eliton na direção do tucanato. E, se o ex-governador
quer, todos, mesmo não querendo, ficam calados e aceitam. A rejeição de José
Eliton beira a 98%. Mas, claro, vão aparecer tucanos, como o ex-deputado Jardel
Sebba, para defendê-lo — a mando de Marconi Perillo. Há até quem postule, no
tucanato, que seria melhor pôr um “neófito”, como Paulinho Rezende, ex-prefeito
de Hidrolândia, na presidência do PSDB. Pelo menos, dizem, é conhecido dos prefeitos
e não tem rejeição dos membros do partido.
Um
ex-deputado do PSDB afirma: “O melhor seria mudar o nome do PSDB para PSDB do
M, ou seja, PSDB do Marconi. Todos nós sabemos que, se for eleito para comandar
o PSDB, José Eliton, até por falta de estatura política, será um preposto de
Marconi”.
Fonte e texto: Jornal Opção
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