Procurador-geral de Justiça de Goiás, Aylton Vechi |
O Ministério
Público de Goiás (MP-GO) promete responsabilizar criminalmente gestores que
descumprirem as normas e a legislação para conter o avanço da Covid-19 em
Goiás. A afirmação foi feita pelo procurador-geral de Justiça, Aylton Flávio
Vechi, nesta quarta-feira (17), durante reunião com representantes dos poderes,
instituições, órgãos estaduais e prefeitos de diversos municípios.
O alerta de
Vechi caminha ao lado da nota técnica da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
(SES-GO) com recomendações sanitárias aos gestores municipais. O documento
dividiu os municípios em 18 regionais e estabeleceu três estágios para as
cidades: situação de alerta, situação crítica e situação de calamidade. A
intenção é que estes níveis orientem os gestores dos municípios em relação à
restrição de atividades.
Para o
procurador-geral, o momento é de gravidade demonstrada pelo alto índice de
ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e o aumento no número
de infectados, nos boletins divulgados pelas secretarias municipais e estadual
de Saúde.
Segundo
Aylton Vechi, desde o início da pandemia, no ano passado, o MP-GO identificou
problemas estruturais e de logística para o enfrentamento à doença. Ele afirmou
que a questão estrutural foi revertida, com a regionalização do atendimento,
criação de leitos de UTI e enfermaria, entre outras medidas. Em relação ao
aspecto logístico, o procurador-geral de Justiça afirmou que os problemas que
estão ocorrendo em relação à vacinação são provocados por causa de pensamentos
de individualidade.
“Não é
possível mais permanecer na individualidade, não há espaço para o pensamento da
‘farinha pouca, meu pirão primeiro’”, alertou.
Atuação
coordenada
O
procurador-geral de Justiça entende que há necessidade de atuação coordenada,
organizada. Segundo ele, não é possível que cidades próximas possam ter ações
diferentes para a mesma questão. Segundo ele, a nota técnica expedida pela
Secretaria de Estado da Saúde expressa a necessidade de coordenação de ações.
“Não vamos vencer se não tivermos a responsabilidade de conduzir este processo
de forma organizada”, reiterou.
Segundo o
secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, o objetivo da nota técnica do
Estado é deixar claro aos gestores municipais quais decisões devem ser tomadas
de acordo com a situação de momento. A intenção é fornecer respaldo técnico,
semanalmente, apontando que as medidas não podem ser adotadas com base em
achismos, mas com fundamentação científica.
A nota
técnica aponta uma série de medidas em razão do aumento do número de casos e de
óbitos, bem como do quantitativo de solicitações de internações e da taxa de
ocupação de leitos hospitalares no Estado. Ismael Alexandrino afirmou que os
municípios devem trabalhar de maneira pactuada e articulada na formulação de
decretos e protocolos. Ele também reiterou a dificuldade de abertura de novos
leitos, lembrando que, nesta semana, foram implantados 35 novas vagas de UTI,
mas que, mesmo assim, o índice de ocupação continua elevado.
Fonte: O
Popular
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