domingo, 1 de fevereiro de 2015

Artigo: O que distingue o homem dos outros animais?

Imagem Ilustrativa

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Alguns dias atrás num programa de TV mostrava a imagem de um casal abandonando o seu cão numa rua e sem perceber a câmera do prédio em frente flagrou a cena. Presenciei uma senhora que assistia ao programa numa sala de espera fazendo comentários emotivos reprovando a atitude do casal.

Os comentaristas no programa também criticaram o casal com indignação. No bloco seguinte do programa já mostraram o cão com seus novos donos. Aliviada, a senhora que assistia ao programa exclamou “que pessoas de bom coração”.

No entanto a mesma senhora havia comentado com alguém que o seu cachorro foi levado para o canil, mas ela não foi pegar de volta já que “me atentava muito” dizia ela. Isso mostra a ambiguidade nessa relação de amor e responsabilidade do ser humano com os seus animais de estimação. Quer dizer, muitos humanos utilizam-se dos animais como mais um objeto e esquecem que precisam de alimentação, medicamentos, higiene.

No Brasil, maltratar animais de qualquer espécie é considerado CRIME AMBIENTAL, segundo prevê o art. 32 da Lei nº 9.605, de1998, com pena de detenção de três meses a um ano e multa.  Além da violência física, são considerados maus tratos contra os animais: o abandono em via pública; mantê-lo permanentemente acorrentado; não abrigar do sol e da chuva; mantê-lo em local pequeno, não higiênico e/ou sem ventilação adequada; não alimentar diariamente; negar assistência ao ferido; obrigar o animal a trabalho excessivo, etc.

Os Centros de Zoonoses (conhecidos como canil) são entidades da administração municipal que cuida do controle de doenças dos animais abandonados como cães e gatos. Em várias cidades, esses locais são bem administrados, promovem campanhas de adoção e tem acompanhamento veterinário. Mas nem sempre foi assim. Era comum a prática de sacrificar os animais para diminuir sua população nas ruas. Os resultados não foram o que todos esperavam.

 De acordo com um estudo da UFPR, foi comparada a situação de duas cidades: em Curitiba a carrocinha funcionou durante 30 anos, recolhendo e assassinando milhares de animais, já em Londrina este serviço nunca existiu, porém a proporção de cães por habitante nas duas cidades é exatamente a mesma. Está mais do que provado que, além de antiético, este método não resolve o problema, apenas gasta inutilmente dinheiro público, vitima animais e presta um desserviço à evolução da consciência humana. (www.resgateseuamigo.com.br)

De acordo com a APA (Associação e Proteção Animal) a estatística que exemplifica o número de cães que podem ser originários de uma só cadela:

01 (uma) cadela aos seis meses de idade entra no cio e aos oito meses produz 06 (seis) filhotes; Oito meses depois, os seis filhotes mais a mãe vão ser sete produzindo mais seis filhotes cada, totalizando 42 (quarenta e dois) animais;

De um a quatro meses, as 42 filhotes mais as sete mães vão ser 49 animais produzindo, no mínimo, 294 cãezinhos.

Dois anos passados, serão 294 filhotes e 49 mães, ou seja, 343 cães produzindo, cada um, no mínimo, seis filhotes, o que vai equivaler a 2058 animais; (http://apaprotecaoanimal.org.br). Ainda de acordo com a Associação, a castração é a retirada do útero, ovário e trompas das fêmeas e testículos dos machos. O animal não sofre, pois é usada anestesia e todos os cuidados para seu  bem estar e recuperação.

Recentemente foi adotado o Canil em Divinópolis objetivando a proteção da saúde pública. A princípio pareceu uma medida acertada, mas na prática não resolve o problema, pelo contrário cria outras demandas.

Por exemplo, presos no canil nada impedem os animais de continuar procriando. Além disso, ocorrem os gastos com funcionário, a alimentação dos animais, a higienização do local. Dependendo do tempo em que os animais ficarão “morando” no canil, as despesas aumentam. Levando em consideração que um cão vive em torno de 11 a 12 anos, o projeto canil para as pequenas cidades se torna inviável. 

Atualmente, todas as ONG’s de proteção animal orientam para medidas de castração que é uma maneira eficaz e menos onerosa para diminuir o número de animais abandonados. Em várias cidades a castração já é adotada sem custo para a população.

A administração municipal contrata uma equipe de Veterinários capacitados para realizar o procedimento cirúrgico. Aliado a isso se adota o cadastro dos animais e realizam campanhas educativas para a adoção e posse responsável.  Com essas medidas, em curto espaço de tempo, não haverá animais abandonados sendo adotados compulsoriamente. As pessoas que desejarem ter em casa um cão, a única maneira será adquirir nas casas especializadas. E quem faz esse tipo de investimento não abandona seu animal. Com isso, a tendência é o Canil talvez nem mesmo precise existir.

O que distingue o homem dos animais? É a sua capacidade de transformar a natureza de acordo com sua inteligência e vontade.

Vale a pena conhecer os novos projetos para diminuir os cães nas ruas: Acesse o site: amigosdosanimaisdetatui.blogspot.com.br


(Por Dalvan G. Silva)

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