Apaixonado por trilhas, engenheiro constrói cadeira adaptada para voltar à Chapada dos Veadeiros com a mulher
Apaixonados
por trilhas e aventuras, o engenheiro Guilherme Cordeiro e a esposa, Juliana
Tozzi, estão há 13 anos juntos. Há três, ela descobriu uma doença rara durante
a gravidez que causou a paralisia de alguns movimentos. Para não deixar de
fazer o que mais gostavam, ele resolveu construir uma cadeira de rodas especial
para que a mulher pudesse revisitar locais encantadores em que estiveram, como
o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
“Não tem
preço poder fazer algo que era a nossa rotina, poder voltar [a lugares] depois
de você pensar que a vida acabou. Poder voltar a fazer o que você gostava de
fazer, isso é muito bom”, disse Guilherme, emocionado.
O filho do
casal, Benjamin, de 2 anos, também participa das excursões. Ele faz a trilha em
uma espécie de mochila que o pai leva nas costas.
Cadeira-bicicleta
Batizada de
Julietti, a cadeira custou R$ 5 mil e foi montada basicamente com peças de
bicicleta e materiais que eles já usavam para as trilhas. Guilherme contou com
o auxílio de um soldador para ajudar em certas partes.
Para levar
Juliana, o marido precisa do auxílio de outra pessoa, pois a cadeira-bicicleta
tem estruturas metálicas, nas duas pontas, para que a mulher possa ser
carregada.
“A cadeira
tem uma roda só porque a gente consegue passar em qualquer lugar que uma pessoa
em pé passe, que eram os lugares que a gente passava. Ela é meio estranha, bem
alta, para a gente poder desviar de pedra, toco de árvore. A gente consegue
desviar sem ter que levantar muito”, explica o engenheiro.
Trilha
Antes da
doença de Juliana, o casal já tinha ido três vezes à Chapada dos Veadeiros. A
volta significa superação.
Ao ver a
situação de Juliana, muitas pessoas se unem para superar cada desafio que
aparece no caminho. Assim, há o revezamento das pessoas que a seguram.
“Tem um
macete que, quanto mais rápido a gente puxa, menos ela balança. É igual a andar
de bicicleta. E o Ben fazendo cafuné no pai. Faz menos forca no braço, deixamos
mais solto”, explica o engenheiro.
Guilherme
explica que ele e Juliana também se preparam fisicamente para as trilhas. “A
gente também anda se preparando muito. Hoje a gente faz coisas que não fazia
antigamente, a gente faz preparação física todo dia, tudo para poder cada dia
levar a Ju mais longe, relara o engenheiro.
Missão
A família
deixou Julietti de presente para os visitantes do parque. Eles já tiveram em
outros 14 locais e, em todos, deixaram uma cadeira adaptada. Guilherme arrecada
o dinheiro para construir as bicicletas por meio de campanhas na internet.
O objetivo
da família é que outras pessoas com algum tipo de restrição de movimento possam
desfrutar da mesma experiência que Juliana.
“A gente
está espalhando isso pra mais pessoas. É uma missão nossa hoje, não só nossa,
do Ben. A gente acredita que isso vai pra vida toda. A gente que ver mais
pessoas felizes, além da superação nossa, dos amigos que a gente conheceu hoje
durante a trilha”, ressalta Guilherme.
Fonte: G1
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