Bispo de Formosa/GO e cinco padres viram réus em ação por desvio de dízimo; juiz decide manter grupo preso
O juiz
Fernando Oliveira Samuel acolheu a denúncia do Ministério Público de Goiás
(MP-GO) e decidiu manter presos o bispo Dom José Ronaldo e outros cinco padres.
Eles são acusados de desvio superior a R$ 2 milhões de dízimos e doações.
Os dois
empresários apontados como laranjas do esquema também são alvos da decisão. O
prazo para prisão do grupo era temporário (válido por cinco dias) e venceria
nesta sexta.
O grupo está
no presídio de Formosa desde segunda-feira (19), após o Ministério Público
deflagrar a Operação Caifás e apontar que os detidos teriam comprado uma
fazenda e uma casa lotérica com os recursos.
O MP-GO não
denunciou o secretário da Cúria, Guilherme Frederico Magalhães. A reportagem
tentou contato por telefone com o promotor responsável pelo caso, Douglas
Chegury, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. O juiz
determinou que Guilherme seja liberado do presídio.
De acordo
com a Nunciatura Apostólica (que atua como embaixada da Santa Sé), o Papa
Francisco havia determinado que as contas da Diocese de Formosa fossem
investigadas no início do mês, antes mesmo das prisões. O arcebispo de Uberaba
(MG), Dom Paulo Mendes Peixoto, foi nomeado administrador apostólico, espécie
de "interventor".
“No dia que
Dom Paulo estava indo até a Formosa fazer essa visita [ordenada pelo Papa], o
Bispo, Dom José Ronaldo Ribeiro, foi preso. E preso também os demais
religiosos. Logo não fazia sentido Dom Paulo ir até Formosa para esta visita,
uma vez que a Diocese estava sem representante, ele não teria com quem
conversar”, explicou a assessoria do “interventor”.
Em
entrevista à TV Anhanguera, Dom Paulo afirmou que estará à disposição da
comunidade e dos religiosos detidos. Ele volta para Uberaba (MG) no sábado,
onde fica por tempo indeterminado, já que segue administrador lá também.
"A
questão que aconteceu, a Justiça é que tem que dar a sua palavra. A gente não
[pode] ficar preocupado com isso não,[vamos ficar] preocupados com o povo que
precisa de uma segurança, os padres, que também precisam de uma segurança. Vou
estar ali com eles, [serei] mais um para somar”, afirmou.
Fonte: G1
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