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Para MP, bispo exercia “hegemonia maléfica e criminosa”, em Formosa/GO



Na denúncia encaminhada à Justiça contra os alvos da Operação Caifás, o Ministério Público de Goiás diz que o bispo dom José Ronaldo (foto em destaque) e demais acusados de envolvimento no suposto esquema criminoso exerciam uma “hegemonia maléfica e criminosa” no Entorno do Distrito Federal. Os promotores afirmam que, entre outras coisas, eles ameaçavam, constrangiam e intimidavam os clérigos que se recusavam a compactuar com as irregularidades.

O MP garante ainda que o grupo criminoso buscou, “de todas as formas possíveis e imagináveis”, sufocar a investigação já no início. “Até mesmo antes da entrada do Ministério Público no caso, procuraram calar os diversos padres da diocese. Impuseram um sistema arbitrário, terrorista, ameaçador e ditatorial de silêncio”, destaca a denúncia.

Ao ponto, segundo o MP, de o bispo dom José Ronaldo ter trazido um juiz eclesiástico de São Paulo “para conduzir um processo inquisitorial”. “Foram feitas reuniões a portas fechadas durante as quais foi exigido que padres jurassem fidelidade absoluta”, pontuam os promotores. Os investigadores também identificaram retaliações e substituições casuísticas de postos-chave da administração superior local daqueles que não compactuassem com a corrupção.

Os suspeitos teriam, no decorrer das investigações, ocultado, extraviado e destruído documentos para “esconder os malfeitos”. As escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça. Desde o começo do mês, mostram a movimentação dos envolvidos.

Em uma das conversas, um interlocutor não identificado diz a dom José Ronaldo que “os documentos estão bem guardados”. O bispo devolve garantindo que Edimundo da Silva Borges, advogado da diocese, passaria para pegá-los. “Estão bem guardados. Ninguém sabe onde estão. O religioso encerra o diálogo dizendo que recebeu o conselho para desqualificar a ação e não se defender. Na quinta-feira (22/3), ele foi levado para prestar depoimento no MP e ficou calado diante dos promotores.

Segundo o Ministério Público, o bispo José Ronaldo teria mandado um monge ocultar documentos extremamente relevantes para a investigação no monastério da região. “Um local sagrado, onde certamente os investigados acreditavam que jamais seriam alvo de busca e apreensão”, ressaltaram os promotores na denúncia.

Os suspeitos, de acordo com os promotores, traíram a Igreja e os fiéis a quem “juraram servir e amparar”. “A repercussão e o abalo extremamente negativos das condutas criminosas estremeceram a fé de muitos”, assinalou o MP, na denúncia.

Em outro trecho, os padres Moacyr Santana, da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, e Mário Vieira de Brito, da Paróquia São José Operário, ambas em Formosa (GO), conversam sobre a lotérica adquirida por R$ 450 mil em Posse (GO) e que estaria em nome de laranjas, segundo o MP. Padre Moacyr seria o sócio secreto do estabelecimento. Ele nega.

As transcrições também mostram os repasses constantes para a “caixinha” do bispo dom José Ronaldo. Em uma delas, padre Mário conversa com um interlocutor identificado como Daniel. O homem fala ao religioso que os pagamentos da semana foram feitos. Seriam R$ 6,5 mil, sendo R$ 3,4 mil “como se fosse uma ajuda de custo” para o chefe da Igreja Católica de Formosa.

Prisões

A maioria dos personagens que aparecem nas escutas está presa preventivamente, por determinação da Justiça. Eles são alvo da Operação Caifás, deflagrada pela Ministério Público, com o apoio da Polícia Civil de Goiás. Entre os que ficaram encarcerados no presídio de Formosa, está dom José Ronaldo.

Ao todo, 11 pessoas passaram a ser réus perante a 2ª Vara Criminal do município goiano. Elas responderão por delitos de associação criminosa, falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Um dos motivos que embasaram o pedido de prisão preventiva está o fato de, durante as escutas, os promotores identificarem risco de fuga de dom José Ronaldo para a Itália.

A defesa dos acusados diz que eles não cometeram irregularidades e que todos os recursos são fruto do “trabalho árduo” dos religiosos nas 33 igrejas que fazem parte de diocese de Formosa. Em um ano, elas movimentam entre R$ 15 milhões e R$ 16 milhões. Deste total, pelo menos R$ 2 milhões teriam sido desviados pelos agora réus.

Confira os crimes que os acusados vão responder na Justiça;

Bispo José Ronaldo Ribeiro: associação criminosa, falsidade ideológica e apropriação indébita.

Monsenhor Epitácio Cardozo Pereira: apropriação indébita e associação criminosa.

Moacyr Santana (pároco da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, Formosa): associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação indébita.

Edimundo da Silva Borges Júnior (advogado da Cúria): associação criminosa e falsidade ideológica.

Darcivan da Conceição (contador da Cúria): associação criminosa e falsidade ideológica.

Guilherme Frederico Magalhães: associação criminosa e apropriação indébita.

Mário Vieira de Brito (pároco da Paróquia São José Operário, Formosa): associação criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Thiago Wenceslau de Barros (juiz eclesiástico): associação criminosa e falsidade ideológica.

Waldson José de Melo (pároco da Paróquia Sagrada Família, Posse): apropriação indébita e associação criminosa.

Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa (empresários apontados como laranjas no esquema): lavagem de dinheiro.

Fonte: Metrópoles

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