terça-feira, 20 de março de 2018

Promissórias comprovam ligação de padre com lotérica em Posse/GO



A investigação do Ministério Público de Goiás (MPGO) encontrou notas promissórias no nome do padre Moacyr Santana, um dos presos durante a Operação Caifás, deflagrada na segunda-feira (19/3).

Os recibos ligam o religioso a uma casa lotérica, localizada no município de Posse, no nordeste goiano.

A suspeita é de que ele e outros representantes da igreja, inclusive o bispo de Formosa, dom José Ronaldo Ribeiro, tenham desviado mais de R$ 2 milhões de doações de fiéis, casamentos e eventos de paróquias.

A lotérica estava no nome de dois "laranjas", Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira, que também foram presos durante a operação. Além das notas promissórias, uma conversa gravada entre os suspeitos aponta que 55% do estabelecimento pertencem ao padre.

De acordo com promotor à frente das investigações, Douglas Chegury, da 5ª Promotoria de Justiça de Formosa, a lotérica custou R$ 500 mil. "Parte do valor foi pago em dinheiro e o restante foi debitado em notas promissórias", afirma. Chegury aponta que os documentos no nome de Moacyr foram encontrados dentro do estabelecimento, o que reforça a participação dele na compra.

O promotor conta que os laranjas eram conhecidos por serem frequentadores da igreja. "Eles eram coroinhas e sempre foram próximos dos religiosos", relata. Além da casa lotérica, os outros suspeitos de envolvimento no escândalo tinham uma fazenda, relógios de marca e dinheiro em espécie.

O MPGO investiga se o desvio do dinheiro da igreja começou antes de 2015. Uma das provas encontradas durante a apuração do órgão, são as promissórias da compra da lotérica. Elas são de novembro de 2014 e seriam debitadas ao longo de 2015. Isso indica que  crime começou a ser praticado antes do que foi apontado anteriormente.

Além disso, o relatório contábil de 2015 da igreja fechou com deficit de R$ 200 mil. Um documento assinado pelo bispo José Ronaldo e pelo padre Moacir aponta que ambos sabiam dessa quebra de caixa. A suspeita é de que esse dinheiro teria sido investido na compra da lotérica.

Fonte: MPGO e CorreioWeb

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