O Superior
Tribunal de Justiça negou o pedido de habeas corpus do defensores dos padres e
empresários presos em Formosa (GO) durante a Operação Caifás. A investigação do
Ministério Público de Goiás e da Polícia Civil do estado desmontaram um esquema
de desvio de dinheiro da diocese do município e paróquias adjacentes.
O pedido de
soltura foi feito em benefício do vigário-geral de Formosa, monsenhor Epitácio
Cardozo Pereira, segundo na hierarquia da diocese de Formosa, do pároco da
Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Formosa, Moacyr Santana, do
padre responsável pela Paróquia São José Operário, também no município, Mário
Vieira de Brito, e de Waldson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família,
em Posse (GO).
Os
empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto, apontados
como laranjas do padre Moacyr e acusados de lavagem de dinheiro também se
beneficiariam do habeas corpus. No fim da tarde de quinta-feira (5/4), o
Supremo Tribunal Federal (STF) também negou.
Ponto de vista da defesa
Um dos
advogados dos padres, Bruno Opa, conversou com a reportagem. Ele disse que a
negativa já era esperada, mas se queixou da condição dos clérigos investigados
e presos. “Somos cinco advogados em uma luta de Davi contra Golias. Estamos
enfrentando uma instituição poderosa. Acreditamos que, depois da vida, a
liberdade é, talvez da vida, um dos princípios mais valorosos que temos e
restringí-la deveria ser o último caso”, argumentou.
“Que risco,
padres entre 50 e 70 anos podem oferecer ao processo penal? A gente acha isso contrário
à lei. Eles estão abalados. São religiosos, não bandidos. Estão criando um
juízo de valor sem que se chegue a uma verdade final. Nós não temos medo da
instrução processual, que é quando podemos apresentar a nossa defesa.
Além deles,
já entraram com pedido de habeas corpus o advogado do bispo de Formosa, dom
José Ronaldo Ribeiro e do juiz eclesiástico Thiago Wenceslau. Eles também
tiveram o pedido negado na Justiça Goiana, no Superior Tribunal de Justiça e no
Supremo Tribunal Federal, onde já entraram com o recurso uma segunda vez.
Fonte:
CorreioWeb
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