Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) desta quarta-feira (13/11), deputados estaduais se manifestaram contra a carta de reivindicações de detentos que foram transferidos para a Unidade Prisional Especial de Planaltina em 10 de setembro de 2019.
O primeiro
parlamentar a se manifestar, Paulo Trabalho (PSL) argumentou que os presos são
de alta periculosidade, oriundos de facções criminosas, como Comando Vermelho e
Primeiro Comando da Capital. “Eles estão muito contrariados porque perderam
muitas das mordomias que tinham dentro dos presídios de origem”, e completou:
“Eles não estão conseguindo mais comandar o tráfico e as organizações
criminosas de dentro do presídio de segurança máxima”.
Paulo
Trabalho chama a atitude dos detentos de “vitimismo” e ressalta que recebem
todo o tratamento humanizado indicado. “Esses presidiários têm quatros refeições
por dia, banho de sol, roupa, produtos de higiene, são bancados pelo Estado e
pela sociedade goiana, e estão reclamando que querem visita íntima?”, criticou.
Conforme as
regras de segurança máxima federal, os detentos ficam em locais mais afastados
da sociedade e são privados de receber visitas íntimas para que não consigam
passar informações ou pedidos ou receber eventuais objetos. O deputado Humberto
Teófilo referendou as palavras de Paulo Trabalho e reiterou a motivação dos
detentos em pedir a flexibilização das normas.
“Na verdade,
querem mordomias, aparelhos celulares, visitas íntimas, tudo para continuar
dominando o crime aqui do lado de fora”, afirmou. Além de cumprir a pena, o
parlamentar defende que os criminosos prestem serviços à sociedade. “Preso tem
que trabalhar, ressarcir o Estado e as vítimas do crime, dos efeitos do crime
que cometeu”, concluiu.
Também na
tribuna, o Delegado Eduardo Prado (PV) relembrou que representou a Alego
durante a solenidade de inauguração do Presídio de Planaltina, que ocorreu em 2
de setembro de 2019 e contou com a presença do ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sérgio Moro, além de outras autoridades de Goiás. Segundo o deputado,
os presos costumam reagir negativamente aos cortes de regalias.
“Quando se
corta qualquer tipo de vantagem para a criminalidade, a reação é de forma
imediata. Por essa razão estão tentando fazer motim, arquitetando rebeliões,
falando em relação à visita íntima, que não é prevista na Legislação”,
garantiu. Eduardo Prado ainda destacou que foram transferidos para Planaltina
cerca de 200 presos e que entre eles estão, além de comandantes de facções
criminosas, estupradores, assaltantes de bancos, inclusive presos que
praticavam o chamado Novo Cangaço.
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